A soma de todos os erros – Pt 8 de 9


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 A soma de todos os erros – O oitavo

 

Olá, você que lê! É hora de continuarmos o texto anterior de A Soma de Todos os Erros.

Se você está começando aqui, recomendo que leia o conteúdo anterior. 

 

Em resumo, estou explicando como o automóvel simboliza os mais diversos aspectos obsoletos que a economia monetária representa. Está longe de ser completo, trata-se apenas de um exercício de reflexão. Vamos lá então?

 

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O oitavo erro: A onipresença.

 

O problema: Em O Guia do Mochileiro das Galáxias, Douglas Adamms, é bastante irônico ao criar o alienígena Ford Prefect. Ford conta para Arthur que escolheu este nome para facilmente se disfarçar de terráqueo. Quando Arthur pergunta porque seu amigo escolheu um nome de carro, Ford diz que achava que os automóveis eram os seres dominantes da Terra. Ford Prefect era um modelo de carro bastante popular nos anos 50, ele achou que seria uma boa idéia escolher um nome comum.

 

Entre no Google Maps e procure pela cidade de São Paulo. Ou qualquer outra grande cidade. Deixe qualquer avenida no meio da imagem e aplique zoom até o máximo. Quanto mais próximo do chão sua perspectiva fica, mais carros aparecem. Automóveis estão por todos os lugares. E você não enxerga pessoas, pois elas são muito pequenas. É evidente que um alienígena, vindo dos céus, achasse que carros dominassem o planeta.

 

E as demais evidências fortificam esta teoria. Considere o espaço exclusivo dos automóveis nas ruas. Vamos supor um número, digamos que 80% delas sejam de uso exclusivo para carros. Contando os investimos que prefeituras fazem com melhorias das vias, negligenciando calçadas, temos mais uma base para a perspectiva de Ford. As ruas são para os carros! Imagine o que pensou ele vendo vias pavimentadas com asfalto, que tem relação com o escasso petróleo. É luxo. Enquanto calçadas apenas recebem as abundantes pedras comuns. As migalhas para os servos.

 

Existe um documentário brasileiro chamado A Sociedade dos Carros. Em certo momento, ele chama a atenção para refletirmos sobre a onipresença sonora dos veículos. “O som da cidade é o som dos carros” diz o texto na imagem. Faça este exercício: vá até a janela de sua casa ou pare na calçada e identifique o som mais presente. A menos que você more no campo ou em uma área bastante isolada, é o motor dos carros que mais ocupam sua audição, não é mesmo?  Ford Prefect não poderia chegar a outra idéia. Pobre alienígena.

 

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Bem, não agüento mais ficar nessa posição. Por que nunca diz nada?

 

A conclusão: Automóveis são os senhores das cidades. Voltamos nossas moradias às necessidades destes enormes seres. É nosso dever servi-los oferecendo a maior parte de nossas vias. Temos também de usar nossos investimentos para mantê-las sempre em bom estado. Elas são prioridades maiores do que nossas calçadas. E temos de ser também “todo ouvidos” para eles.

 

Nos vemos no próximo erro!

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Juliano Moreira