Teoria dos Jogos: “Equilíbrio de Nash”


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Uma das grandes contribuições a Teoria dos Jogos, no que se diz respeito à questão da cooperação foi o Equilíbrio de Nash, formulado pelo matemático John Forbes Nash Jr (1950), vencedor do prêmio Nobel de Economia em 1994, e teve sua vida retratada no filme: “Uma mente Brilhante”.

Como alcançar o tão sonhado equilíbrio entre as partes?!

Inicio esse artigo com uma frase de um dos maiores ícones da Teoria dos Jogos no Brasil – Ronaldo Fiani, em seu livro “Teoria dos Jogos – com aplicação em matemática, economia e ciências sociais” de 2006:

“Um resultado ou conjunto de estratégia está em equilíbrio de Nash quando se produzir um resultado tal que nenhuma organização possa, ao abandoná-lo unilateralmente, melhorar sua situação. Uma organização pode permitir vários equilíbrios de Nash. A estratégia em que cada uma delas ‘engana’ a outra é, infelizmente, um equilíbrio de Nash, ao passo que o resultado preferível em termos sociais, que consiste em cada organização cooperar com a outra, não é.”

A cooperação mútua é a estratégia que traz os melhores resultados em longo prazo, porém em situações de desconfiança, onde uma organização acredita que uma ou mais organizações irão desertar, a deserção mútua acaba prevalecendo.
Além dos equilíbrios cooperativos (ambos cooperam) e não – cooperativos (ambos desertam), existe a possibilidade de um jogador desertar enquanto o outro coopera: é a situação onde o desertor cede à tentação e o cooperador fica com o pagamento de “trouxa”. Em ações repetidas, esta estratégia também leva vantagem à deserção mútua nas rodadas posteriores, o que não seria um resultado satisfatório. Porém, se a vantagem em desertar for excessivamente elevada. Se uma organização obtém um resultado tão grande com a deserção que o resultado das eventuais “jogadas” futuras não irão alterar significativamente o resultado total, não faz sentido racional cooperar.
Se em um jogo cada jogador tiver uma estratégia dominante, e o seu adversário (concorrente) pensar e agir da mesma maneira, então temos uma estratégia formulada a de construir um, de certa forma, equilíbrio entre as partes, para assim, cada um sair vitorioso, ou melhor, ter uma relação de ganha – ganha.
O objetivo deste estudo é compreender a situação estratégica dos indivíduos, definindo uma situação estratégica à longo prazo. Onde se avalia em que situação o mais vantajoso e menos arriscado colaborar? Adotando assim estratégias diferenciadas de ação para cada situação, individuo e ambiente.
As organizações devem escolher estratégias de equilíbrio, visando buscar três características: estabilidade, caráter ideal e racionalidade. Nenhuma pessoa deve ter um incentivo para se afastar de sua estratégia de equilíbrio. Trata-se de uma melhor resposta onde: minha melhor opção de ação é ótima, desde que as dos outros também sejam. Em suma, cada indivíduo acredita estarem fazendo o melhor possíveis dadas as ações dos outros.
Entende-se por tudo isso que para uma organização, com um grupo de pessoas interagindo entre si, o melhor a se fazer, ou seja, a melhor estratégia consiste em cada individuo fazer o melhor para si e para o grupo, atingindo assim, o equilíbrio entre as partes. Numa relação que envolve interesses mútuos, é necessário em um dado momento desse “jogo”, algumas das partes ceder no presente para colher frutos melhor no futuro.
Para que a sociedade humana funcione é necessário criar o mecanismo do ostracismo, em que o individuo não – cooperativo seja excluído do grupo ou da organização da qual faz parte. Para que se tenha quem é que não coopera, para isso criou-se outro mecanismo chamado de estigmatização. O estigma é uma marca que o individuo “condenado” ao ostracismo carrega para ser facilmente identificados pelos demais jogadores ao longo do tempo.
Gostaria de compartilhar mais uma frase de um famoso escritor brasileiro em termos de Teoria dos Jogos, o escritor e administrador de empresas: Raul Marinho,

“Se nós cooperássemos sempre espontaneamente, não haveria a necessidade de tantos mecanismos punitivos, como leis e contratos. O maior problema dos mecanismos do estigma e do ostracismo é que o individuo é impedido de permanecer no grupo por um comportamento passado, mas nada garante que isto se repita no futuro.”

Os homens sabem e preocupam-se tanto sobre assuntos como cosmologia e imunologia, carecemos de uma estrutura para pensar sobre porque e como os homens cooperam. Parte do motivo disso é uma velha história que contamos a nós mesmos sobre o mundo: negócios e nações obtêm sucesso sendo competitivos. Biologia é uma guerra, onde apenas os aptos sobrevivem. Política é sobre vencer. Mercados crescem exclusivamente por conta de seus próprios interesses. Enraizados nas eras de Adam Smith e Charles Darwin, a história científica, a social, a econômica e apolítica dos séculos XIX e XX enfatizaram de maneira exagerada o papel da competição como condutora da evolução, progresso, comércio e sociedade. O esboço de uma nova narrativa está se tornando visíveis histórias, onde planos de cooperação, interdependência e ação coletiva têm um papel mais proeminente. E a essencial, mas não onipotente, história da competição e sobrevivência dos mais aptos encolhe um pouco.

Próximo artigo: A Evolução da Evolução.

Colunista: Valdir Vitorino
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Valdir Vitorino