Amado, porém doloroso!


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Ballet dói no bolso e no corpo. Mas, mesmo assim, continuamos a dançar com a mesma alegria de sempre. O motivo disso? Vai saber… Amor, talvez!

Hoje, deu-me vontade de falar sobre meu tão amado "balletzinho", por dois motivos, basicamente. Primeiro: já faz um tempo que estou longe daqui. Segundo: esse é um assunto que muito me agrada.

Depois de algumas horas de ensaio puxado, você sai revigorado. Parece que, quando você está ensaiando, nada pode te afetar. É tudo uma maravilha. Até a dor do alongamento se torna algo prazeroso. Você sai da aula, à noite, e dorme igual a um anjinho.

O problema é quando você acorda no outro dia. A primeira coisa que você percebe é que aquele grand battement que você fez na noite anterior deixou a parte interna da sua coxa só o bagaço, ou que aquele cambré acabou com sua coluna. Quando você coloca o pé no chão é que você percebe o quanto a sapatilha de ponta acabou com seu pezinho, que, convenhamos, já não era dos mais bonitos. Bolhas, calos e tudo mais que se tem direito.

Mas aí vocês, que nunca fizeram ballet, falam: "poxa, ballet dói mesmo, né?!".
Sim, dói. No corpo e também no bolso. Por que no bolso? Bom, vou tentar explicar desta forma: uma sapatilha de meia ponta? 35 reais. Uma sapatilha de ponta? varia de 60 a 130 reais. Mensalidade? por volta de 150 reais, geralmente. E por aí vai. (Quanto à mensalidade, podemos dizer que estão surgindo algumas iniciativas para popularizar o ballet, mas isso é assunto para outra postagem).

Deu para ter uma noção do que é, certo?!
Bom, aí alguém vem e me pergunta: "se há tantas coisas contras (dor física e financeira), por que, cargas d’água, vocês ainda insistem em fazer ballet?".
Eu responderia da seguinte maneira: 

Sabe aquela sensação de se sentir realmente viva? Aquela que, quando começa a tocar uma música, cada parte do seu corpo se enche de uma alegria inexplicável? Sabe aquela sensação de superação? Pois é. Por isso nós, bailarinas – profissionais ou não, excelentes ou não -, dançamos.

Porque em cada segundo dessa dança você sente seu corpo de uma forma que você jamais poderia imaginar. Você sente cada nota da música levando você. Levando você para um lugar onde nada de ruim pode te alcançar. Nós dançamos porque sentimos que nosso corpo ganha uma vida mais exuberante durante a dança. Nós dançamos porque sabemos que essa é a linguagem que todo o mundo vai entender. Nós dançamos porque estamos prontas para mudar a nossa vida a cada momento. Nós dançamos porque sabemos que no minuto seguinte, tudo o que nós desejamos irá se tornar realidade. E porque ninguém jamais duvidará que nosso lugar é lá, bem ali, no palco, entre as coristas, entre os músicos, entre a vida. Nós dançamos, simplesmente, porque amamos. E é isso que nos diferencia de todas as outras pessoas, esse amor e essa força de vontade que nos guia e nos guarda para o resto de nossas vidas.

Dancem, sempre.

Au Revoir.

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Sara Gobbi