Teoria dos Jogos: “Competir ou Colaborar? Eis a questão!”


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Gostaria de adentrar na parte da Teoria dos Jogos que cuida dos "jogos" onde envolve duas alternativas: competir ou colaborar? Para contribuir um pouco com o embasamento teórico de nossas exposições. Com vocês os atores principais do artigo: de um lado a celebre senhora egoísta e do outro o senhor de cabelo e barba grisalho da cooperação.

Teoria dos jogos

 

Fonte: www.fotosearch.com.br

Trata-se de uma análise matemática de situações que envolvam um conflito de interesses com o intuito de indicar as melhores opções que, sob determinadas condições, conduzirão ao objetivo desejado. Um dos princípios gerais por que se deve guiar uma organização numa situação de conflito é o de prever o futuro e racionar sobre o passado. Cada organização deve procurar perceber o modo como os outros vão reagir à suas ações, como ela própria vai por sua vez reagir, e assim por diante. A organização antecipa as conseqüências das suas decisões iniciais, e utiliza essa informação para definir a sua melhor opção em cada momento.
Este raciocínio circular conduz a um conjunto de escolhas, uma para cada pessoa, de tal modo que a estratégia de cada um seja para si a melhor quando todos os outros estiverem a atuar de acordo com as suas melhores estratégias. Por outras palavras, cada um escolhe a sua melhor reação àquilo que as outras fazem. Visa, principalmente, analisar as estratégias propostas, para investigar e explicar o comportamento humano sobre pressão nas tomadas de decisões.
A Teoria dos Jogos constata que conflitos de interesse acontecem por que a regra geral é maximizar, prioritariamente, o ganho individual. Esse é seu ponto de partida, mas não se trata apenas de falta de solidariedade ou civismo. A Teoria dos Jogos não pretende resolver todos os tipos de conflito, porém nos dá uma melhor compreensão em situações complicadas, através da sua coleção de técnicas para analisar estes problemas.
O reflexo da feroz competição que assistimos em qualquer área do conhecimento, um contraponto à liberação de idéias das concorrentes humanistas que pregam o compartilhamento do conhecimento. Podemos considerar que os conflitos de interesse e nas tomadas de decisão dentro de uma empresa são, digamos, uma série de ensaios dentro de um contexto de relacionamento, que atua sobre expectativas e comportamento. Sendo mais abrangente, trata-se de cooperação. É uma análise lógica de situações que envolvem interesses a fim de indicar as melhores opções de atuação para que seja atingido o objetivo desejado. Uma relação do tema com as organizações em geral são os aspectos analisados pelas estratégias adotadas e suas conseqüências, as alianças possíveis entre os indivíduos, o compromisso dos contratos, inclusive aqueles não formalizados – tácitos.
Infelizmente no mundo dos negócios nem tudo “são rosas” devo dizer que a filosofia da cooperação e do mundo altruísta é linda e maravilhosa, mas na teoria, já o mundo vivo do “homo-economicus” é dinâmico e instável. Sei que esta é uma posição politicamente incorreta, mas prefiro falar da realidade do mundo dos negócios do que escolher uma tese mais simpática, porém acadêmica.
Alguns fatores a serem levados em consideração: o seu relacionamento em longo prazo com o outro “jogador” é importante? Qual a sua maior preocupação? Fazer um bom negócio para você, e ponto final? Neste tipo de transação ninguém leva em consideração a satisfação do oponente. Ou por outro lado, se você realiza negócios freqüentes com um mesmo “jogador”, vale à pena sacrificar um pouco sua margem para deixar o outro lado satisfeito com o resultado. Outro ponto importante é analisar a postura do seu oponente: se ele “joga” limpo, a tendência é que você também o faça, assim perpetuando um movimento cooperativista e que alcance bons resultados para ambos os lados.
Tempo e confiança são fatores primordiais na escolha de sua postura: competir ou colaborar? O mundo dos negócios está divido entre vencedores e vencidos. Cito Gore Vidal: “Não basta ser bem sucedido, é preciso que os outros fracassem”. Numa visão contrária, o escritor Bernard Baruch: “Você não precisa apagar a luz dos outros para que a sua brilhe”.
Imagine um bolo: a oportunidade de ser o senhor de cabelo e barba grisalho da cooperação é quando se cria o bolo e o enfeita, e o de ser a senhora egoísta é quando vai ocorrer a divisão do bolo. Logo competição e colaboração entram para o celebre conto: “duas faces da mesma moeda”. Uma frase de Ray Noorda, que sintetiza isso é: “Temos que competir e colaborar ao mesmo tempo”. Mas existe regra geral para “jogarmos”? Bom, você pode competir, mas sem ter de destruir o bolo, pois não restará nada para ninguém, mas se decidir colaborar procure cada vez mais aumentar o tamanho do bolo, assim restará uma maior parte para cada “jogador” na hora da divisão.
Antes de dar por encerrado o artigo, gostaria de expressar aqui os meus profundos agradecimentos a todos os leitores da seção de matemática na revista OPS, e na coluna sobre Teoria dos Jogos, da qual eu faço parte colaborando com o conhecimento que possuo sobre o assunto, onde aproveito para agradecer todos os comentários, sugestões e crítica construtivas que tenho recebido, meu muito obrigado de coração! E faço votos que continuem acompanhando nossas exposições.

Próximo artigo: O Dilema do Prisioneiro.

Valdir Vitorino
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