A floresta sangrando no prato


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Eu só quero dizer que a chuva que cai agora no meu quintal pode estar gravemente ameaçada pelo desmatamento da Amazônia. Estima-se que cada árvore adulta pode evaporar até cerca de 300 litros de água diariamente.Mas o que tudo isso aí tem a ver com não comer carne? Muito simples. O grande motor do desmatamento da floresta amazônica hoje é, sem sombra de dúvidas, a pecuária.

A coisa tá ficando preta. Foi isso que escrevi, duas semanas atrás, sobre o mundo, antes da coisa ficar preta entre a Telefonica e este colunista que vos fala, motivo que, somado ao incontável numero de ceias de natal e ano novo que tive de produzir, me fez faltar com o querido leitor. Peço desculpas pela ausência e prometo que farei sempre o possível para manter minha conta de telefone em dia.

Ausência explicada, voltemos a vaca fria: a coisa ta ficando preta. Que o aquecimento global está aí todo mundo já sabe, assim como todos sabem que esta acabando a água potável do mundo, que as baleias, os peixes, os elefantes e muitos outros estão ameaçados de extinção, que a violência anda tanta que até o rolex de, no mínimo, R$10.000 do Luciano Huck foi levado e por aí vai. Não hei de inundar o leitor com mais notícias catastróficas sobre a situação ambiental do Planeta. Quem quiser um pouco disso, basta abrir o jornal (e olha que eles, no geral, preferem panos quentes). Vou versar sobre um tema só, e o leitor que tenha a bondade de partir do específico para o geral a sua própria maneira. É que eu só quero dizer que a chuva que cai agora no meu quintal pode estar gravemente ameaçada pelo desmatamento da Amazônia. È isso que explica o site do projeto *Rios Voadores, idealizado pelo casal de exploradores ambientais Gerard e Margi Moss. O casal organizou uma expedição, de norte a sul do Brasil, para colher amostras de águas de rios e lagos e de vapores de água presentes na atmosfera para posteriormente comparar as amostras com amostras recolhidas da região amazônica, e, com isso, provar o que muitas pesquisas já indicaram: que a água que se precipita em chuva nas regiões sul e sudeste do país provem, em sua maioria, da região norte. E o mais interessante disso tudo é que o maior volume de água não provem, como é fácil de pensar, da evaporação de lagos e rios, e sim da transpiração das árvores encontradas na floresta densa. Estima-se que cada árvore adulta pode evaporar até cerca de 300 litros de água diariamente. Trocando em miúdos: o desmatamento da floresta amazônica pode reduzir drasticamente o volume pluvial das regiões sul e sudeste do Brasil e quem sabe até a região norte da Argentina, trazendo graves conseqüências para o meio ambiente, como o agravamento da poluição nas metrópoles e a mudança de fatores climáticos importantes para a agricultura local.

Mas o que tudo isso aí tem a ver com não comer carne? Muito simples. O grande motor do desmatamento da floresta amazônica hoje é, sem sombra de dúvidas, a pecuária. O Brasil é atualmente o maior produtor e exportador de carne do mundo, abastecendo principalmente os paises ditos desenvolvidos, que carecem absolutamente de espaço para manter criações próprias. Ou seja: o bife grelhado que se come no primeiro mundo está desmatando (a preço de banana, é bom que se diga) as florestas do terceiro. Além das árvores que a pecuária ceifa, os grandes “pastos” ainda contribuem imensamente para o agravamento do efeito estufa, já que as flatulências dos bois têm altos teores de gás metano, causam a poluição de mananciais e lençóis freáticos com a eliminação dos dejetos dos animais e contribuem para que a reforma agrária e a agricultura familiar ainda sejam sonhos distantes no país do latifúndio. E antes que algum engraçadinho venha me dizer que o desmatamento também é para plantar soja, digo eu mesmo. Só que essa soja, caro leitor, provavelmente não há de parar no meu prato na forma de um nutritivo tofu. Foi-se o tempo em que o boi pastava feliz naquele gramado verdejante e bucólico que as propagandas insistem em retratar. Boi moderno só come ração. E a ração é feita essencialmente de farelos de cereais, como milho e, principalmente, a melhor amiga do vegetariano: a soja.

To falando que a coisa ta ficando preta.

* O termo “rios voadores” foi utilizado pelo Dr. José Marengo, do CPTEC-INPE ( Centro de Previsão do Tempo e Estudos Climáticos – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) para designar os jatos de vapor de água de baixos níveis, ao leste dos Andes, que se deslocam da Amazônia até o norte da Argentina. O casal de exploradores pegou o termo emprestado e deu a ele um sentido mais amplo, que inclui todos os fluxos de vapor de água que saem da região Norte e se dirigem especialmente para a região Sul.

Bem pessoal, como o papo ficou quente com esse negócio de aquecimento global e pouca chuva, nada melhor do que uma receita tropical, vinda direta de um país muito caliente, para dar uma refrescada na barriga e nas idéias. Até a semana que vem!

Guacamole

Você vai precisar de:

– 1 abacate

– ½ cebola picada em pedaços pequenos

– 1 tomate picado em pedaços pequenos

– 2 dentes de alho amassado

– ½ pimentão verde picado em pedaços pequenos

– Suco de 1 limão

– ½ maço de coentro picado

– 2 colheres de sopa de molho de pimenta

– Sal a gosto

Amasse o abacate com um pilão e ponha em uma tigela grande. Prefira sempre o pilão e evite usar um garfo, pois o último deixa o abacate muito amassado e homogêneo. /acrescente todos os outros ingredientes e misture bem, mas com muito cuidado, para o abacate não se desmanchar por completo. Leve a geladeira e sirva gelado com chips de sua preferência (já que o nacho chips não são vegans), tacos comprados no supermercado ou tortilhas feitas em casa.

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Caio Cezar Mayer