Biografia: Oskar Morgenstern


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Para contribuir com a seção de matemática da revista OPS, e principalmente, “puxar a sardinha” para o lado da Teoria dos Jogos (coluna a qual escrevo), resolvi dar continuidade nas biografias dos autores que contribuíram para o avanço da Teoria, já falamos aqui de John Forbes Nash Jr e John von Neumann, hoje trataremos de escrever algumas palavras para um dos “pais” da Teoria: Oskar Morgenstern.

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Fonte: www.wikipedia.com

Oskar Morgenstenr (1902 – 1976). Economista germânico nascido em Gorlitz, Silesia, mais conhecido pelo seu trabalho conjunto com John von Neumann na : Theory of Games and Economic Behavior (1944), onde aplicou a teoria de Neumann sobre jogos de estratégia (1928) para negócios competitivos. Formado na universidade de Viena, sucedeu (1931) Hayek como diretor do Instituto Austríaco para Pesquisa de Ciclo Empresarial e, após seu doutorado (1935), tornou-se professor na mesma universidade. Membro da Escola Austríaca, participou dos famosos Colóquios de Viena, organizados por Karl Menger, filho de Carl Menger, que possibilitaram contatos científicos entre diversas disciplinas, fazendo surgir múltiplas idéias novas, incluindo novos campos científicos. Emigrou (1938) para os Estados Unidos, na iminência da segunda grande guerra, passando a ensinar na Princeton University e lá promover várias discussões sobre análise econômica em suas obras (1940-1970). Morreu em Princeton, N.J., U.S.A. e entre seus livros também foram relevantes Wirtschaftsprognose: Eine untersuhung ihrer Voraussetzungen und Moglichkeiten (1928), Die Grenzen der Wirtschaftspolitik (1934), On the Accuracy of Economic Observations (1950) e The Question of National Defense (1959).

O trabalho que mais contribuiu para a sua fama foi Theory of Games and Economic Behavior (1944), escrito em parceria com o matemático John Von Neumann, que lançou definitivamente as bases da Teoria dos Jogos e também da teoria da escolha sob incerteza. Outro trabalho importante, este escrito a solo, foi On the Accuracy of Economic Observations (1950).

Palavra de mestre:

“A teoria dos jogos é matéria nova que despertou grande interesse em razão de suas propriedades matemáticas inéditas e suas múltiplas aplicações a problemas sociais, econômicos e políticos. A teoria atravessa fase de ativo desenvolvimento. Seus efeitos sobre as ciências sociais já começaram a manifestar-se ao longo de um largo espectro. Suas aplicações se vêm tornando cada vez mais numerosas e dizendo respeito a questões altamente significativas enfrentadas pelos cientistas sociais, mercê do fato de que a estrutura matemática da teoria difere profundamente de anteriores tentativas de propiciar fundamento matemático aos fenômenos sociais. Primeiros esforços em tal sentido foram feitos com base nas ciências físicas e se inspiram no impressionante êxito por elas alcançado ao longo dos séculos. Ocorre, porém, que os fenômenos sociais são diferentes: os homens algumas vezes lutam uns contra os outros e algumas vezes cooperam entre si; dispõem de diferentes graus de informação acerca do próximo, e suas aspirações os conduzem ao conflito ou à colaboração. A natureza inanimada não exibe qualquer desses traços. Átomos, moléculas, estrelas podem aglomerar-se, colidir, explodir, mas nunca se hostilizam, nem colaboram uns com os outros. Conseqüentemente, era de duvidar que os métodos e conceitos desenvolvidos pelas ciências físicas pudessem lograr êxito quando aplicados a problemas sociais”.

Oskar Morgenstern afirmou que certa vez, durante uma conversa, Einstein lhe dissera que a única razão pela qual ainda ia ao Instituto de Estudos Avançados (o famoso IAS de Princeton) era para ter o privilégio de poder caminhar de volta para a casa em companhia de Kurt Gödel. De acordo com Freeman Dyson, ele era a única pessoa lá presente que podia discutir com Einstein em um mesmo pé de igualdade. Gödel, como bem sabemos, entrou para a história da Matemática em virtude do que é para muitos o maior resultado em lógica matemática desde os primórdios desta ciência na Grécia antiga: o teorema da incompletude. Menos conhecido ou quiçá menos comentado, no entanto é seu importante trabalho sobre a teoria geral da relatividade de 1949. Nele e em uma seqüência de trabalhos publicados postumamente ou em anais de conferências, Gödel mostrou que a solução das equações de Einstein por ele encontrada admitia curvas fechadas no espaço-tempo, permitindo assim, ao menos teoricamente, uma "viagem no tempo" (as curvas são do tipo-tempo e portanto a viagem pode ser feita a uma velocidade menor que c, a velocidade da luz). Para muitos, e para o próprio Gödel, mais importante que uma suposta viagem no tempo era o fato que a nova solução apresentada colocava em cheque nossa própria concepção de tempo e de sua realidade objetiva. No ano em que a comunidade Matemática celebra o centenário do nascimento de Gödel, é importante que lembremos desta sua importante contribuição à Física.

Colunista: Valdir Vitorino

Tel.: (19) 3492 2231

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Valdir Vitorino