O moleiro do oásis de Malba


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O título pode até parecer um daqueles filmes Hollywoodianos do tipo “Lawrence da Arábia” de 1962. Um filme maravilhoso, que acabou ganhando 7 Oscar. Na verdade o título é uma brincadeira, um trocadilho com as palavras, “Malba” e “Tahan”. O nome Tahan foi tirado do sobrenome de uma de suas alunas (Maria Zachsuk Tahan) e significa moleiro. O nome Malba significaria oásis.

Bom, para quem não conhece a obra e a vida do nosso amigo “Malba Tahan”. A partir deste artigo e de outros tantos que virão, vai ter a oportunidade de conhecer uma das mais fantásticas obras da literatura Brasileira.

No dia 6 de maio de 1895 nascia na cidade de Queluz, Júlio César de Mello e Souza, ou melhor, Malba Tahan (Ali Iezid Izz-Edim Ibn Salim Hank Malba Tahan), pseudônimo que ficou conhecido popularmente, devido ao seu enorme sucesso.
A obra do professor Júlio César, foi um dos meios que mais divulgaram a matemática no Brasil no século passado.

“À memória dos sete grandes geômetras cristãos ou agnósticos: Descartes, Pascal, Newton, Leibnitz, Euler, Lagrange, Comte, (Allah se compadeça desses infiéis), e à memória do inesquecível matemático, astrônomo e filósofo muçulmano, Buchafar Mohamed Abenmusa Al Kharismi, (Allah o tenha em sua glória!), e também a todos os que estudam, ensinam ou admiram a prodigiosa ciência das grandezas, das formas, dos números, das medidas, das funções, dos movimentos e das forças, eu, el-hadj xerife Ali Iezid Izz-Edim ibn Salim Hank Malba Tahan (crente de Allah e de seu santo profeta Maomé), dedico esta desvaliosa página de lenda e fantasia.”

De Bagdá, 19 da Lua de Ramadã de 1321.

Com esta dedicatória, Malba Tahan abre as portas para o paraiso matemático do seu livro mais famoso, o bestseller “O homem que Calculava”.
Esta obra foi publicado pela primeira vez em 1939, e é repleta de problemas e curiosidades matemáticas que apresentam soluções criativas e didáticas. Foi traduzido para vários idiomas, entre eles: o alemão, o Inglês, o Italiano, o Espanhol e o Catalão, e só no Brasil, já vendeu mais de 3 milhões de exemplares.
“O Homem que Calculava”está na sua 70ª edição, além disso, a obra é considerada entre os mais notáveis livros da humanidade, sendo premiada pela Academia Brasileira de Letras na sua 25ª edição em 1972.

Júlio César era um educador preocupado com os métodos de ensino da sua época. Chegou a críticar severamente as didáticas usuais dos cursos de matemática na primeira metade do século passado.

Acreditava que a didática tinha de mudar, que a matemática não deveria ser vista como um bicho-papão, nem como uma disciplina rigida, que só exigia dos alunos muita memorização e treinamento.

Com sua contribuição, pode mostrar ás pessoas que a matemática pode ser encarada de forma divertida e dinâmica, e não ser encarada como o bicho-papão nas escolas.

Então, se você algum dia, tiver o privilégio de ler uma das obras do professor Júlio César, Com certeza, ficará encantado com a forma que ele utilizava para apresentar desafios lógicos.

"O Homem que Calculava" já me encantou duas vezes e ocupa lugar de honra entre os livros que conservo. Falta nele um problema — o cálculo da soma de engenho necessário para a transformação do deserto da abstração matemática em tão repousante oásis. Só Malba Tahan faria obra assim, encarnação que ele é da sabedoria oriental — obra alta, das mais altas, e só necessita de um país que devidamente a admire; obra que ficará a salvo das vassouradas do Tempo como a melhor expressão do binômio "ciência-imaginação". Que Allah nunca cesse de chover sobre Malba Tahan a luz que reserva para os eleitos.

Monteiro Lobato

Nos proximos artigos, pretendo apresentar, além da biografia do nosso contador de histórias, alguns exemplos de desafios e curiosidades apresentadas em seus livros.
Por enquanto é só, e que “Allah ilumine os teus caminhos”.

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Antonio Madrid