A China desafia a esquerda mundial


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O mundo está passando por uma grande mudança na hegemonia mundial. Os EUA estão perdendo a liderança internacional e a China está assumindo a primeira posição entre os países mais ricos (em tamanho do PIB) e de maior influência na dinâmica econômica e política mundial.

Desde os tempos da Guerra Fria a esquerda mundial se acostumou a denunciar os Estados Unidos como o país que se beneficia dos acordos de Breton Woods (1944), que domina a moeda internacional, que mais influencia o comércio mundial, que mais investe nos demais países, que atua com grandes empresas multinacionais, que apoia regimes ditatoriais (como a ditadura de Mubarrak no Egito, a família Saudi na Arábia Saudita, etc), que mais polui o meio ambiente e mais contribui para o aquecimento global, etc.

Porém, os EUA – com seus imensos déficits gêmeors – não estão perdendo apenas a hegemonia econômica internacional, estão perdendo também o papel de inimigo número 1 das esquerdas (mesmo que muitas correntes ditas “revolucionárias” ainda não tenham percebido).

A China – mesmo sendo comandada pelo partido comunista – pouco a pouco tem se tornado alvo da crítica das esquerdas e dos setores nacionalistas de inúmeros países.

A maior crítica vem acontecendo em função das crescentes exportações para todos os quadrantes do globo. É geral a reclamação dos setores sindicais reclamando contra a perda de empregos em função da concorrência “desleal” da China.  Muitas fábricas são fechadas ao redor do mundo pois não conseguem competir com as empresas chinesas, geralmente subsidiadas e apoiadas pelo governo. Os trabalhadores industriais do resto do mundo – outrora a vanguarda dos movimentos revolucionários – agora precisam lutar contra a concorrência chinesa para não perderem seus empregos.

Outra grande crítica refere-se ao câmbio, pois a China é acusada de manipular sua moeda para conseguir vantagens comparativas nos mercados exteriores. Existe uma guerra cambial não somente entre a China e os EUA e a Europa, mas em relação aos demais países em desenvolvimento.

No plano político a China apoia regimes ditatoriais de direita que os EUA apoiam, como Arábia Saudita, Iemem, Jordania, etc, mas também regimes autoritários de “esquerda” como Coréia do Norte, Miamar, Cuba, Irã, etc. Na África, o governo chinês apoia regimes opressores e corruptos, como no Sudão, Congo, Nigéria, etc, em troca de acesso a matérias-primas.

No lado das importações, a China passou a ser grande consumidora de commodities e tem mantido uma relação primário-importadora com os demais países, exportando produtos industrializados e importando matérias-primas e recursos naturais do resto do mundo. As recentes revoltas no mundo árabe e o distanciamento da influência dos EUA e da Europa só tem sido possível porque a China passou a ser a principal pareceira comercial do Norte da África e do Oriente Médio.

Com grandes saldos comerciais, a China passou a emprestar grandes quantidades de dinheiro para o Terceiro Mundo e tem promovido grandes investimentos, especialmente para garantir acesso aos recursos naturais em todos os continentes. Assim, a China reproduz o esquema clássico do imperialismo que conquista mercados e endivida seus parceiros para se manter no controle das ações econômicas.

Por fim, a China substituiu os EUA como o maior poluidor do planeta. Não somente as cidades chinesas são as mais poluidas do mundo, mas a China é o maior emissor de gases do efeito estufa e o país que mais tem contribuido para o aquecimento global. Mesmo o esforço que a China tem feito para liderar as tecnologias de energia renovável sejam importantes, uma das metas é conquista mercados externos com esta tecnologia.

Será que a China comunista vai ser o grande inimigo imperialista do mundo no século XXI?

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José Eustáquio Diniz Alves