A revolução social dos celulares


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O número de subscrições de telefones celulares no Brasil, em meados de 2011, atingiu o número de 215 milhões, para uma população estimada em 193 milhões de habitantes. Portanto, existem mais celulares do que habitantes no Brasil, embora “apenas” 80% dos domícilios tenham pessoas com acesso ao celular. Existem mais domicílios com acesso ao celular do que ao esgotamento sanitário adequado.

No mundo, existiam 719 milhões de subscrições de celulares no ano 2000, passando para 5,3 bilhões em 2010. Estima-se que, em 2015, haverá mais celulares do que habitantes no globo.  Até 2020, o acesso universal ao telefone celular deixará de ser uma utopia.

O telefone celular deverá ser o primeiro aparelho – fruto da revolução industrial e científica e tecnológica – com uso universal, especialmente se houver políticas para reduzir as tarifas e garantir a conecção e a inclusão digital.

Alguns estudiosos consideram que haverá uma revolução social no mundo se todos os cidadãos do mundo estiverem conectados via celular e Internet, pois além de eliminar o isolamento das pessoas, a inclusão digital possibilitará que as pessoas tenham acesso a serviços e informações como nunca antes imaginado.

Os celulares são aparelhos que sintetizam e disponibilizam diversas invenções que ocorreram nos últimos 150 anos. Os aparelhos celulares incorporam relógio, calculadora, máquina de fotografia, filmadora, despertador, GPS, etc. Pelo celular pode-se ouvir rádio, assistir televisão, ver filmes e ter acesso a livros, jornais e sites de notícias, etc. O celular com acesso a Internet pode funcionar como um roteador e ligado a um i-Pad as pessoas podem ter acesso a educação à distância, podem consultar informações sobre saúde, meio ambiente, etc. Além disto, podem se ligar às redes sociais e aos mecanismos de democracia direta, participando de enquetes, plebiscitos, enviando e trocando opiniões sobre a vida social, global e local.

Assim como a revolução dos tipos móveis de Gutemberg possibilitou a impressão de livros, jornais e panfletos – antecipando o surgimento do Renascimento e do Iluminismo – os celulares e a Internet estão possibitando o acesso às informações, o contato entre as pessoas e as manifestações espontâneas (independentemente do Estado, dos partidos, sindicatos, etc.).

A primavera Árabe que começou na Tunísia, em 2010 e se espalhou pelo Egito e outros países do Oriente Médio, em 2011, teve o celular e a Internet como instrumentos potencializadores. Em vários países do mundo, a conectividade tem contribuido para o aumento da participação democrática, especialmente dos jovens. A revolução social social dos celulares teria implicações na economia, na democracia e no aprofundamento da transição demográfica, na medida em que coloque as pessoas em contato e reduza o isolamento individual e anti-social.

Evidentemente nenhuma revolução vai  acontecer puramente com base em inovações tecnológicas. Mas o celular pode ser um aparelho que possibilite uma revolução social, desde que os cidadãos e cidadãs do mundo, tenham controle sobre este aparelho e sobre a transmissão de dados e queiram mudar o estado atual da governança local e global e dos rumos do modelo de desenvolvimento hegemônico.

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José Eustáquio Diniz Alves