O Céu de Nebra. Um leptop da idade do bronze


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Voando sobre o céu de Nebra, Alemanha, data estelar 1600 AC, visualizando a Constelação de Pleiade…

 

 

 

O “Céu de Nebra é até hoje a mais antiga conhecida representação do céu. Uma testemunha única da história da cultura Européia. O espetacular achado colocou a pequena cidade de Nebra no mapa da Alemanha e do mundo.

Se hoje os cientístas andam por aí com os seus laptops a tira colo, digitando em bares, cafés, escritórios em casa recebendo e enviando informações; podemos dizer que a 3.600 anos atrás os seres humanos também o faziam e utilizavam também um “portatil”, não como os computadores de hoje, mas muito preciso nas suas medições de tempo. O “Céu de Nebra” era possivelmente um dos meios usados para determinar datas dos tempos de plantar e colher.

 

O “Céu de Nebra” uma espécie de calendário astronômico de 3600 anos que foi encontrado em 1999 nas proximidades da pequena cidade de Nebra, perto de Leipig, Sachsen-Anhalt, antiga Alemanha Oriental está sendo considerado um dos mais importantes objetos da Idade do Bronze para a história da Europa. O achado começa mesmo como uma história de crime. Ladrões de peças arqueológicas tentaram vendê-lo, em vão, no mercado negro para colecionadores privados, a museus e ao Profº Wolfhard Schlosser da Universidade Ruh, em Bochun. Mas numa operação na fronteira Suiça em 2002 foi resgatado, no último minuto, das mãos dos malfeitores.

Para entender a importancia do “Céu de Nebra”, voltemos a outros tempos, quando a vida era regida pelo ciclos da natureza. O acompanhamento das fases da lua era de fundamental importância para determinar o início exato das estaçôes e, conseqüente, para o sucesso ou fracasso das colheitas. A data referência era sempre a primeira lua cheia da primavera e assim era regida a vida dos seres humanos, daquelas épocas, quando não havia relógios nem despertadores.

Os complexos calendários astrônomicos também sempre fizeram parte das culturas antigas como Astecas, Maias e Egípcia. A descoberta de uma peça tão importante da pré-história na Alemanha prova que aqui, paralelo às grandes civilizações, também floresceu uma rica cultura. Esta maravilhosa obra de arte nos deixa lançar o olhar nos nossos antepassados, seu modo de pensar e seu caráter religioso.

 

Contexto

O Céu de Nebra não foi achado em “algum lugar na Alemanha” e sim em uma área rica em outros achados, perto de outra escavação arqueológica de 2002. A região já deu mostras de seu potencial: 800 sepultamentos dos germanos, povos que habitavam a região por volta dos anos 1800 AC até 500AC. A região é unica em achados dessa natureza na Europa.

A 20 quilômetros do local onde foi achado o Céu de Nebra encontram-se outras provas de que a região já havia sido utilizada por outros povos a mais de 5 séculos antes de Cristo. Um observatório datado de 7.000 anos, o mais antigo observatório solar do mundo do período neolítico, comprova que os povos daquela época já faziam observações sistemáticas dos fenômenos no céu.

Na foto reconstrução do observatório em Goseck, Sachsen-Anhalt. Do círculo disposto em paliçadas pode-se observar e determinar importantes datas para os agricultores, como por exemplo, o início da primavera.

Voltemos ao “Ceu de Nebra” representado na placa de bronze que pesa 2 kg e mede 32cm. Nela foram gravados em ouro o sol a lua e 5 estrelas da constelação de Pleiade, coincidentemente, seguindo os cientistas, data que a constelação podia ser vista mais nítida nos céus, a 3.600 anos atrás. Segundo pesquisas esta maravilhosa obra de arte trata-se da primeira documentação da cultura da Idade do Bronze de caráter astronômico e representada de modo artístico. Na borda da placa aparece o horizonte em forma curva indicando o nascer e o por do sol entre 21 de junho e 21 de dezembro. Também há uma representação de um navio sob o céu. Interessante é que essa representação também esta presente em outras culturas como a do alto Egito (Deus Sol) e da Babilônia e com certeza vem comprovar a troca de informações entre o norte da Europa e o Mediterrâneo.

(gráfico)

(Por do sol ajustada em direção à montanha. Ao subir no platô de Mittelberg (Trüringer Wald/ ex-Alemanha Oriental) é visível o contorno da montanha, quando é orientada para o norte e ao alto a oeste o horizonte mostra o poente a 21 de junho (início do verão).

Decifrar os segredos escritos na placa de bronze não está sendo tarefa fácil. Possíveis objetos e outros indícios que compunham o contexto do achado e que facilitariam a sua interpretação foram removidos pelos saqueadores, restando apenas o buraco escavado no chão e por isso ainda há muitas discussões sobre o seu significado.

 

Então foram precisos 3.600 vezes que o sol contornasse a montanha e 45.000 vezes a lua cheia brilhasse sobre Nebra para que um cacador de tesouros revelasse aos olhos do mundo no século XXI o Céu de Nebra. Reconstruir a história e o contexto histórico desse achado é tarefa fundamental para os arqueólogos e pesquisadores e tem importância não só como objeto de cunho astronômico, mitológico, religioso, mágico.

O “Céu de Nebra” estará em exposição no recém reformado museu o “Landesmuseums für Vorgeschichte” a partir de 23 de maio de 2008.

As Pleíades

 

 

 

Estrelas da constelação de Touro que podem serem vistas tando no hemisfério sul como norte. Na mitologia grega as Pleíades eram filhas de Atlas e Pelione que cansadas de serem perseguidas pelo caçador Órion, pediram a Zeus que as transformassem em uma constelação.

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Foto: Solange Ayres: Foto da foto “Céu de Nebra”, Museu Neanderthal, Mettman, Rheinland, Alemanha.

Foto: Calendário de paliçadas em Goseck e gráfico/Wikipédia.

Foto: Constelação de Pleiade: Nasa

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Solange Ayres