À sombra do morcego


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Robin no cinema de novo? Não é uma idéia de todo ruim…

Ao contrário de boa parte dos fãs do Batman, eu gosto do Robin. Tudo bem, a sunguinha é ridícula e as piadas enchem o saco, mas um herói que cria um garoto e o treina para ser seu sucessor resulta em muitas possibilidades criativas interessantes.

Não sei se há alguma razão lógica para isso, mas Batman e Robin me lembram aqueles samurais que levavam jovens a tiracolo para ensiná-los a arte da batalha. Essa imagem, aliás, me ocorre tão frequentemente que eu tenho uma história pronta para a reaparição cinematográfica do Garoto-Prodígio.

Ela representaria uma virada na trama, fazendo o Batman dar um passo para se tornar o herói durão e amargurado da HQ Cavaleiro das Trevas, mas não seria nada forçado como os muitos erros que Joel Schumacher cometeu em seus traumáticos filmes do Morcegão.

Primeiro, uma constatação óbvia: Gotham City está podre demais até mesmo para o Batman. Se nos dois primeiros filmes Bruce Wayne alimenta a esperança de limpar as ruas da cidade e seguir sua vida normalmente, para treinar um sucessor Batman teria antes que perceber que não só nunca poderá levar uma vida normal como também que a cruzada terá que continuar depois dele. Talvez o herói até já tenha consciência disso, mas prefira a compreensível atitude de ter esperança.

Uma grande ameaça no terceiro filme poderia ser o primeiro passo para mostrar o Robin no cinema. Algo que fizesse Bruce perceber que não vai durar para sempre, e que Batman ainda vai ser necessário quando ele não puder mais usar a capa. Nesse contexto, o herói seria atraído por um adversário qualquer ao circo onde a família Grayson se apresenta, os pais de Dick morreriam numa emboscada, Bruce Wayne adotaria o garoto e começaria a treiná-lo em segredo. Essa é a mesma história contada há quase 70 anos, e essencialmente não tem muito para ser alterado. Diversas mudanças foram feitas nos filmes anteriores, mas não geraram reclamações dos fãs por terem sido feitas em prol de um bom roteiro e não do ego de alguém. Neste caso, porém, não creio que haja o que mudar.

Caso Christopher Nolan mude de idéia (o diretor já declarou que detesta Robin, e que não tem planos de utilizá-lo) há uma espécie de manual de instruções que, se seguido à risca, deve evitar a repetição dos mesmos erros do passado.

A primeira coisa importante é que o Robin tem que ser adolescente. Isso é um tremendo problema na hora da escalação de elenco, claro, mas para manter a coerência da história o personagem tem que aparentar no máximo 15 ou 16 anos. E tem que ser mostrado realmente em treinamento, não como o fedelho que já começa a combater o crime sabendo o que tem que fazer e tendo experiência comparável à de seu mentor. Aliás, cenas com Batman dando broncas no discípulo ou se surpreendendo com seus improvisos, tão comuns em histórias clássicas, seriam bastante interessantes.

Isso me lembra de acrescentar que a relação entre Batman e Robin é mais bem descrita como pai e filho, não como irmãos ou colegas (sem comentários engraçadinhos, por favor). Colocar os dois brigando pela mesma mulher, como mostrado em Batman & Robin, é uma idéia de jerico. Assim como mostrar Dick roubando o batmóvel para ir atrás de garotas, dizendo que quer um carro próprio…pra simplificar, é só ver como Joel Schumacher usou o Robin e fazer o exato oposto.

Um terceiro ponto, que Frank Miller explorou muito bem e que combinaria com o que deve ser feito no terceiro filme, é mostrar Batman como alguém disposto a tudo em prol de sua missão. Inclusive arriscar a vida de um garoto. Se considerarmos que Batman muito provavelmente será perseguido pelas autoridades no próximo filme, isso seria apenas mais motivo para a polícia estar atrás do herói. Aliás, isso sintetizaria bem a mudança para um Batman mais obcecado. O cara coloca um moleque em perigo em prol do que acredita ser certo! Acho que isso diz tudo, certo?

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Tiago Andrade