Kadafi, Saddam, Bin Laden…


Warning: array_rand(): Array is empty in /home/opensador/public_html/wp-content/themes/performag/inc/helpers/views.php on line 280

Notice: Undefined index: in /home/opensador/public_html/wp-content/themes/performag/inc/helpers/views.php on line 281

O que estas pessoas têm em comum? Os três foram assassinados. Todos pelo mesmo agente: a defesa da liberdade, da democracia, dos direitos humanos e dos direitos do povos lutarem contra ditadores sanguinários.

Como assim? Kadafi não foi espancado e morto pelos rebeldes? Não está o mundo inteiro indignado com a barbárie cometida pelos rebeldes líbios? Certo! Todos pularam de alegria quando, de forma traiçoeira e sem chances de defesa, os americanos assassinaram Bin Laden. Sim, sim, o mesmo fizeram com Saddam. Claro que de uma forma mais “legal”, tipo, quem fez isso foi um tribunal iraquiano, não nós.

Tenho a impressão que a indignação geral que corre o mundo é por não terem tido a oportunidade, no caso Kadafi, de realizarem a justa justiça: a justiça dos estados, institucionalizada; a justiça que pode matar porque um dia a humanidade resolveu que nós, representados pelo estado podemos matar. E não precisamos nos sentir mal. Afinal, Bin Laden cometeu o erro de matar apenas 3000 americanos, um número ínfimo perto dos milhões que os americanos, os protetores da liberdade, da democracia, dos direitos…, já mataram desde que existem como nação.

Vejam como são as coisas! Acabo de lembrar que os três têm outra coisa em comum: eram amigos do Tio Sam e cia ltda. Kadafi, inclusive, foi perdoado por ter assumido a responsabilidade no caso do avião. Burro mesmo foi o Saddam: não quis entregar o petróleo pro amigo e se deu mal.

Linchado, enforcado ou fuzilado, o fato é que do lado de cá as pessoas só se incomodam quando a barbárie é cometida por punhos visíveis. Idolatramos os punhos invisíveis, mas hiper armados, que defendem a liberdade, a democracia, os direitos…

Estivéssemos lá, insuflados por um sentimento de ódio originado em anos e anos de exploração; se fossemos líbios vendo o “chefe da nação” vivendo na opulência, guardando os recursos originados do petróleo em contas particulares mundo afora. Fossemos rebeldes insuflados e ajudados pela OTAN (lembrei de um parênteses: não precisamos ir muito longe, né? brigamos no trânsito, matamos homossexuais, nosso trânsito mata mais que guerras, só para tomar alguns exemplos…) e teríamos feito a mesma coisa frente a frente com nosso algoz: quem perderia a oportunidade de dar um soco, um empurrão, um ponta-pé, um tiro em Kadafi? Ou em Bin Laden? Ou em Saddam?

Certo, nos dois últimos não. Afinal temos nosso grande protetor da liberdade, da democracia…

Não vi barbárie no assassinato do Kadafi. Vejo barbárie na hipocrisia de uma humanidade que empurra para tribunais aquilo que desde sempre quer fazer com as próprias mãos. A diferença é que os líbios estão tomando activia com johnnie walker para o resto do mundo.

Que atire a primeira pedra quem, no ímtimo, sabe estar livre dessa hipocrisia…

About the author

Luiz Afonso Alencastre Escosteguy

Apenas o que hoje chamam de um idoso. Parodiando Einstein, só uma coisa é infinita: a hipocrisia. E se você precisou saber meu "currículo" para gostar ou não do que eu escrevo, pense bem, você é sério candidato a ser mais um hipócrita!