O “segredo” por trás da compostagem

 Saudações, pessoal!
 
 Antes de começarmos, quero lembrá-los que, no artigo de estreia, vimos como é importante trazermos para o mundo real as mudanças que gostaríamos de ver sendo praticadas e vimos que é sobre isso que essa coluna trata: deixar de discursar sobre como a sociedade deveria agir, o “people should” (pessoas deveriam), como diz um amigo e agir assim de verdade.
 Isso pode ser representado, para citar um exemplo, por: “A minha composteira não salvará o meio ambiente. E, se nós todos fizermos composteiras?”. Bom, para isso, no mínimo, eu preciso fazer a minha. Servir de exemplo, afinal, aprendemos copiando entre outras formas.
 
 E, sim, isso é lição de criança, tipo as histórias que ouvimos na pré-escola.
 
 Nós praticamos???
 
 A maioria não. Afirmo com essa convicção porque, “Surpresa!”, se praticássemos, teria dado certo!
 
 O que está errado então? Como podemos fazer com que cada célula deste grande ser vivo (nós humanos em relação à Terra), faça sua parte? Bom, esse é um assunto para outro artigo. Nosso último já se dedicou ao pensamento, este vem com prática!
 
 Alguém aí falou de compostagem???
 
 Antes de detalhes técnicos e de estudar como isso nos interessa, veja só, essas são as composteiras aqui de casa. Dois baldes com terra e resíduos da minha alimentação, vedados e sem cheiro.
 
alt
 
 Ainda antes de continuarmos, vale trazer um trecho do que foi um post no meu blog sobre mudanças, um que envolvia justamente compostagem, assunto que virou este artigo aqui.
 
“(…)
 Então, por que mudar, por exemplo, nossa forma de viver? Digo, por que devemos mudar agora, pra ontem a bem dizer, nossa forma de ser?
 
 Parece-me óbvio: desigualdade social, assaltos, assassinatos, poluição e destruição dos próprios meios de vida, extinção precoce de espécies, proliferação de doenças das quais não deveríamos mais ser vítimas, acidentes de trânsito, trabalho forçado, esforço físico desnecessário, enfim…motivos não faltam para entender que a sociedade humana, os humanos enquanto espécie, precisam, se quiserem viver por mais alguns anos na Terra, mudar!
 
 Ok…mas por que eu ou você devemos mudar?
 
 Ora, a sociedade humana é feita de…
 
 Prêmio para a garotinha de óculos e cabelo com rabo de cavalo! O que ela respondeu com sua euforia científica?
 
 Humanos!!!
(…)”
 
 Amigos, nós precisamos mudar nossa rotina. Vivemos o que Juliano Moreira chamou, em Sua vida é uma porcaria e a culpa é minha, de Esquizofrenia Social e, devo adicionar, como um sintoma, o que há algum tempo eu chamava de doença, chamava de Patologia Revolucionária.
 
 A Patologia revolucionária constituía-se, principalmente, de duas características: A Zona de Conforto (mais tarde chamada Matrix Social) e a Privação da Criatividade.
 
 À privação da criatividade daremos atenção outrora.
 
 A Matrix Social, hoje vejo, é parte intrínseca da Esquizofrenia Social. O que, no meu trabalho, dedicava atenção a ativistas, por assim chamá-los, agora mostra-se presente em todos.
 Nós, todos nós, pensamos identificar o mundo por trás da Matrix, mas não o enxergamos de fato. Nós pensamos ter entendido a aulinha da pré-escola sobre meio ambiente. Nós não entendemos! Se tivéssemos entendido, teríamos ido além e identificado as falhas por trás do próprio conceito de lixo!!! Teríamos, no mínimo, começado a jogar lixo no lixo e não no chão…
 
 Eu sei, eu escrevo bastante, quase tanto quanto falo. Digo tanto, pois entendo a importância deste raciocínio. Trata-se de ser a mudança mais uma vez!
 
 O que essas teorias vêm nos dizer (além de outras coisas), é que, “curtir” uma imagem de reciclagem no Facebook não é mudar coisa alguma! A Matrix Social fala sobre reconhecer os símbolos verdes passando por trás de tudo o que vemos e usamos no dia a dia enquanto a Esquizofrenia Social nos mostra que vivemos em uma ilusão de realidade, acreditando que o mundo e nossa sociedade são o que são por que essa é a única possibilidade!
 
 Venho pedir-lhe com toda humildade que posso, agora.
 
 Abra os olhos.
 
 Enxergue o que está na sua volta e entenda: Se você continuar erguendo cartazes “CONTRA BELO MONTE”, “PROTEJAM OS ANIMAIS”, “RECICLE SEU LIXO” e jogando suas cascas de batata no lixo para aquele caminhão levar, você está sofrendo de uma doença séria que vai acabar matando à todos nós, tenha ela o nome que tiver.
 
 Não gostar da forma como o livre comércio lida com a vida dos consumidores e continuar comprando hambúrgueres no Mc…aliás…troquemos de exemplo, pois cabe aqui uma frase que li nos últimos dias: “Fighting for peace is like fucking for virginity”, em português, “Lutar pela paz é como transar pela virgindade”.
 
 Meio ambiente é mesmo uma preocupação pra ti? Sua alimentação também pede por sua atenção?
 
 Ok, eu tenho uma dica: escolha um recipiente de alguns litros (bons litros), coloque uns quinze centímetros de terra e comece a jogar lá todo o lixo vegetal (para começar) que sua casa produza. Mexa vez que outra e dê um tempo para a natureza que, em algumas semanas (ou meses), você terá uma ótima fonte de nutrientes para alimentar vegetais plantados em seu próprio jardim ou, pra quem não tem jardim, agricultura vertical serve.
 
 A compostagem é um mecanismo usado para controlar a decomposição de nossos resíduos, transformando-os em adubo natural através do uso de bactérias anaeróbicas e mesmo de minhocas! O resultado, além de terra boa, é o que chamamos de húmus, um líquido que pode ser “regado” às plantas, de forma que elas se tornem mais fortes, resistentes, nutridas. Além de tudo isso, eu, sozinho, tiro um quilo de lixo de algum aterro sanitário em, atualmente, umas duas semanas ou mais (antigamente uma semana juntava tudo isso). Somando à seleção de lixo reciclável, eu praticamente não entrego nada para os carinhas do caminhão.
 
 Isso, permitam-me falar das próprias ações só hoje, é ser a mudança! Se eu quero menos lixo num aterro sanitário, eu não mando lixo pro aterro sanitário, eu uso uma técnica simples para tratá-lo em casa e adquirir autonomia na produção de bons vegetais como consequência!
 
 Meios eficazes de compostagem existem e aqui vão alguns links interessantes. Cabe a você encontrar o que melhor atende suas singularidades de discernimento.
 
 E, como não poderia faltar: Compostagem no Hou Stuff Works
 
 Não sabe o que é agricultura vertical? Links.
 
 
 Pode parecer chato vir aqui falar tanto sobre composteira e postar “manuais” em forma de link. Pensando nessa possível interpretação, cheguei a uma conclusão: não tenho testes que tragam algo de novo para a tecnologia (salvo descobrir que dá pra fazer um formicário com composteiras mal tampadas), logo, é uma questão de repetir conhecimento técnico, não há motivos para redigitar o que já foi digitado por tanta gente, pois esses guias já funcionam para seu propósito. O tipo de mensagem passado com o resto do texto é que parece não ter sido clara outras tantas vezes.
 
 Lembre-se: Ser a mudança que você quer ver no mundo não é uma medida paliativa ou uma história para crianças, é, simplesmente, a melhor estratégia que nós temos, quando realmente entendemos do que se trata.
 
Um forte abraço aos irmãos humanos!
About the author

Cristian Menna