Hypocrisis By Luiz Afonso Alencastre Escosteguy / Share 0 Tweet No dia 09 de julho o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul publicou apedido acusando a Presidenta Dilma de fazer demagogia com o programa Mais Médicos, visando apenas a reeleição. Elencaram alguns tópicos e, dentre eles, aparece o que eles realmente querem: “2. […] Falta uma carreira de estado a semelhança de juízes e promotores para interiorizá-los. No dia 3, durante o programa Conversas Cruzadas, da TVCOM, o presidente já havia se manifestado nesse sentido: “Argollo lembrou que entregou em mãos ao governador Tarso Genro proposta de projeto de lei criando de carreira de Estado para médicos há mais de um ano, semelhante à carreira de juiz e promotor.“A proposta do SIMERS é que o ingresso seja por concurso público; com plano de cargos, carreira e vencimentos; e salário digno. “O juiz não escolhe para onde vai, ele é mandado para uma cidade pequena e sabe disso quando faz o concurso. O mesmo ocorrerá com o médico, que será remetido para um município distante. A gente tem dito, não é preciso inventar a roda. Não precisa trazer banana do Paraguai para fazer merenda escolar”, afirmou. “ Não quero crer que o presidente do Simers não saiba o que é uma carreira de estado. Em todos os casos, vamos recordar: “As Carreiras Típicas de Estado são aquelas que exercem atribuições relacionadas à expressão do Poder Estatal, não possuindo, portanto, correspondência no setor privado. Integram o núcleo estratégico do Estado, requerendo, por isso, maior capacitação e responsabilidade. Estão previstas no artigo 247 da Constituição Federal. “As carreiras consideradas típicas de Estado são as relacionadas às atividades de Fiscalização Agropecuária, Tributária e de Relação de Trabalho, Arrecadação, Finanças e Controle, Gestão Pública, Segurança Pública, Diplomacia, Advocacia Pública, Defensoria Pública, Regulação, Política Monetária, Planejamento e Orçamento Federal, Magistratura e o Ministério Público.” Partindo da hipótese do absurdo, de que o exercício da medicina, por via estatal, pode ser considerada uma carreira relacionada “à expressão do Poder Estatal”, por que não poderão poderão, também, as carreiras do magistério, dos profissionais do meio ambiente, dos psicólogos, dos enfermeiros… E, quiçá, até a minha, a dos administradores? Por que não querem aceitar os R$10.000,00 oferecidos? Por algumas razões muito simples. A primeira delas é que, querendo a equiparação com magistrados e promotores, ganhariam bem mais do que isso. A segunda, que não tem aparecido, são as chamadas PRERROGATIVAS: inamovibilidade, vitaliciedade, irredutibilidade de vencimentos e perda do cargo apenas por sentença judicial transitada em julgado. A experiência que conheço, como servidor público, é que médicos concursados acabam por conseguir redução de horário para poderem continuar com seus consultórios e atendimentos em hospitais. Eis o ponto: na verdade, aproveitam-se do momento para alçar bocas às tetas do Estado. Razão assiste ao sindicato, convenhamos. Afinal, é para isso que eles existem, para serem corporativistas e defenderem os seus! (fontes: página do simers e do Fonacate)