Um pouco de água na história

Aqui começamos uma caminhada juntos. Espero ser um bom guia para descortinar um mundo diferente, talvez não seja novo para todos, mas certamente é encantador e misterioso para grande maioria. Antes de começar a jornada gostaria de falar sobre o grande elemento que torna esse mundo, e o nosso, possível de existir. A água.

Há milênios o homem contempla a imensidão dos espelhos d’água deste planeta azul, que ironicamente chamamos de Terra, com o desejo de poder apreciar um pedaço significante do mundo que lhe foi negada: as águas. A água não é só a fonte de vida deste planeta, mas também é a porta para um universo todo novo, aquele ao qual não pertencemos, mas de onde um dia nós viemos. Talvez devido a nossa gestação, imersos em uma bolsa acolhedora de água, sejamos tão fascinados pela água.

Nos dias de hoje a água se tornou um bem de consumo. Não só sabemos do seu valor, ou pelo menos deveríamos saber, como também já temos ciência do quanto ela está ameaçada pela nossa própria existência. Ter ou não ter água sempre foi uma questão de sobrevivência, hoje o que está em jogo é a própria ordem mundial. Os mananciais estão sendo degradados, destruídos e contaminados. A água, aquela que pode nos garantir a sobrevivência, está ficando mais rara, mais cara e por isso, mais cobiçada do que nunca. O futuro que aguarda nossos filhos é incerto, às vezes me pego imaginando se um neto meu saberá o que a delícia de tomar um banho de rio, ao mesmo tempo eu imagino que poderá ser um disparate sem propósito, para alguém do futuro, imaginar tal cena. Nada animador.

 

É estranho tentar conscientizar as pessoas para preservarem o nosso bem mais precioso, a água, pois ele parece tão abundante. Provavelmente esse seja o maior erro de percepção da humanidade, o segundo provavelmente deve ser a mesma impressão que se tem de uma floresta, como a Amazônia, deve ser difícil olhar para algo tão grandioso e imaginar que terá fim. Infelizmente o panorama não é tão bonito nem animador, só cabe a cada um de nós fazer a nossa parte.

Falando em Aquários

Quando eu era criança fui presenteado por um vizinho com uma caixa de vidro cheia de água e alguns peixinhos, depois me disseram que o nome daquela caixa era aquário. Hoje eu olho para trás e vejo como um presente aparentemente bobo, que provavelmente poderia ter sido esquecido dois ou três dias depois, hoje faz parte da minha vida. Foi o bastante para determinar todo um percurso de vida. Do prazeroso hábito de observar os peixinhos ao desespero completo de ver o primeiro peixe morrer não demorou muito. Quem nunca sofreu o trauma de perder o adorado bichinho de estimação provavelmente perdeu alguma coisa da infância. Foi um drama, mas também fez parte do estopim de busca e aprendizado. De que valem as quedas senão de incentivo para aprender a andar?

O Aquário é muito mais que uma caixa de vidro, isso eu aprendi com o tempo, a dedicação e o esforço. Para crianças de qualquer local do país (do mundo!) um aquário jamais passa despercebido, mas principalmente para crianças cujo verde mais familiar é o de algum gramado, ou os grandes volumes d’água comuns são a piscina do prédio ou quando muito o próprio chuveiro. Essa privação da natureza as torna mais suscetíveis a caírem de amores pela caixa de vidro e vida! Não é a toa que as grandes cidades, mundo a fora, investem milhões em aquários públicos, que levam milhares de pessoas a deixarem suas casas para visitá-los e ter a chance de contemplar um pouco desse misterioso universo.

Eu poderia cair no lugar comum e dizer que o aquário é um pedaço da natureza dentro de casa. Ok, não é mentira, apesar de soar tremendamente comercial, mas um aquário vai muito além. Ele transforma crianças em aprendizes e adultos em crianças novamente. Experimente. Não foi uma ou duas vezes que vi histórias divertidas como: Meu filho ganhou um aquário de presente, comecei a ajudar a cuidar e tomei o aquário pra mim, depois comprei outro para ele. O começo de qualquer aprendizado pode ser difícil, embora seja muito prazeroso.

Vamos percorrer os passos básicos para montagem e manutenção desse micro universo, tentando na medida do possível fazer com que o leitor se sinta capaz de criar o seu próprio. Encare como um desafio, e chame a molecada para ajudar!

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Alex Ribeiro