Caldeirão de Sabores By Rafael Reinehr / Share 0 Tweet A série de artigos a seguir tratará de aspectos históricos e gastronômicos não somente do churrasco em si mas de todos os aspectos que o envolvem, desde o sal, os temperos, os cortes, componentes nutricionais, o material indispensável, o fogo, técnicas e conselhos úteis e tudo o que é necessário para se tornar um churrasqueiro ou churrasqueira de mão cheia. Para recomeçar esta série do Caldeirão de Sabores, nada melhor do que falar de um assunto que é sucesso por onde quer que se vá, de Norte a Sul do país: o Churrasco. A série de artigos a seguir tratará de aspectos históricos e gastronômicos não somente do churrasco em si mas de todos os aspectos que o envolvem, desde o sal, os temperos, os cortes, componentes nutricionais, o material indispensável, o fogo, técnicas e conselhos úteis e tudo o que é necessário para se tornar um churrasqueiro ou churrasqueira de mão cheia. De origem gaúcha, região que compreende o Rio Grande do Sul, a Argentina, o Uruguai e o Paraguai, o Churrasco não é somente um alimento feito à base de carne assada, mas é também uma forma de lazer, de receber amigos e, porque não, um componente interessante dentro de uma alimentação saudável e equilibrada. Do ponto de vista nutricional o churrasco é um componente importante de um prato equilibrado, já que fornece ótima quantidade de proteínas e sais minerais necessários ao bom funcionamento do organismo e, se harmonizado com a quantidade de fibras e carboidratos dos alimentos que o acompanham, como verduras, saladas, arroz, massa ou outro amido complexo, produz uma refeição perfeitamente saudável. Lembramos ainda que a proteína da carne vermelha, por conter triptofano, aumenta os níveis de serotonina, podendo contribuir para aumentar a sensação de contentamento, bem-estar, saciedade e alegria de quem o consome. História O churrasco surgiu na região dos Pampas Gaúchos, onde o transporte do gado de um local para outro se fazia necessário para a manutenção da engorda dos animais. Com a destruição dos Sete Povos da Missões, em 1768, grande quantidade do gado foi abandonado, o que acabou por criar um grande rebanho de gado selvagem espalhado pelos pampas. Posteriormente, os tropeiros em busca do ouro, com a grande oferta de carne que existia à sua frente, faziam paradas e nestas, passaram a assar a carne no fogo que também lhes aquecia durante a noite. Depois, os invernadores continuaram a tradição que havia se iniciado. No transporte das reses, algumas eram assadas durante a viagem e como a carne era carregada no lombo dos cavalos, o suor destes acabava por salgar a carne que seria utilizada à noite. Com o passar do tempo surgiram as grandes fazendas, onde os peões que trasnportavam o gado reforçavam cada vez mais a tradição, fazendo o churrasco no fogo de chão, com valetas profundas para espantar o vento e em espetos de madeira que seguravam a carne sobre as brasas, utilizando-se já o sal grosso que era dado para a complementação alimentar do gado. No início do século XX, a chegada dos imigrantes italianos introduziram no churrasco a carne de porco, frango e peixe, além de desenvolverem o famoso tempero vinha d’alho. A partir daí, tudo é contemporaneidade, e veremos com mais detalhes a partir do próximo artigo como preparar um churrasco tão bom que deixará seus convivas com água na boca e gostinho de “quero mais”. Parte do conteúdo desta série foi adaptada do livro Bíblia do Churrasco – O Verdadeiro Manual do Churrasqueiro