Demografia By José Eustáquio Diniz Alves / Share 0 Tweet A presidente Dilma Rousseff, primeira chefe de Estado a ser recebida pelo papa Francisco após a missa inaugural do pontífice, dia 20 de março de 2013, brincou que os argentinos têm sorte pela escolha de um papa de seu país. Contudo, disse: “mas Deus é brasileiro”. Esta brincadeira faz parte de uma idéia geral, amplamente difundida na sociedade brasileira, de que o Brasil é um país abençoado por Deus, não só pelas suas riquezas e belezas naturais, mas também pelo alegria e espírito cordial de seu povo. Ou melhor, se diz que “Deus é brasileiro”, como se o “Criador do Universo” tivesse nascido em terras tupiniquins e tivesse predileção por este cantinho do Universo. De modo nada humilde, os brasileiros ao invés de se mostrarem fiéis para com Deus e “servos do Senhor”, de acordo com os princípios da mística cristã, simplesmente consideram que Deus é um conterâneo que está aí para proteger o Brasil e os brasileiros. Esta inversão do dogma, reflete uma postura brasileira de que as necessidades do povo vão ser atendidas por um Pai misericordioso e que o esforço individual e a responsabilidade pessoal são atitudes secundárias diante da abundância de recursos naturais e da bondade divina. Afinal somos da mesma família, ou no máximo vizinhos, de Deus. Não deixa de ser uma brincadeira ridícula. Mas está concepção brasileira perde para a postura argentina onde, mesmo antes de terem o primeiro Papa das Américas, as pessoas achavam que se não são deuses, pelo menos possuem um Deus vivo, que se chama Diego Armando.