Jogos e Seleções

– Eu acompanho futebol seriamente desde, sei lá, 86. E, desde 86, eu nunca vi um time tomar 90 minutos de pressão. Foi incrível.

– Em determinados momentos, eu torci para os equatorianos marcarem um

– Eu acompanho futebol seriamente desde, sei lá, 86. E, desde 86, eu nunca vi um time tomar 90 minutos de pressão. Foi incrível.

– Em determinados momentos, eu torci para os equatorianos marcarem um gol. Só para tirarem o pé e acabarem com tanto sofrimento. 

– Me lembrou aquela prorrogação entre França e Paraguai, na Copa de 98. Só que prorrogação só dura 30 minutos e aquela acabou na morte súbita.

– Lembrou também aquele França e Brasil.

– De que Copa?

– Qualquer uma, contando que o Zidane estivesse em campo. Ou o Zico. De qualquer forma, com Zidane ou com Zico, daria zebra para o Brasil.

– Se eu fosse o Ricardo Teixeira e estivesse assistindo ao jogo, ligaria para o Dunga no intervalo e o demitiria. Colocaria como interino, por 45 minutos, aquele cara de bigode que tá sempre na comissão técnica da seleção e é uma mistura de Renê Simões com Hitler e depois resolveria o que fazer.

-Eu, se fosse o Ricardo Teixeira, pegaria um avião para o Equador, devidamente munido de um boticão e já com a rescisão de contrato do Dunga. Enquanto ele assinasse, eu aproveitaria para arrancar os dentes do Ronaldinho Gaúcho.

– Não seria melhor as pernas?

– Arrancar os dentes está de bom tamanho. Não gosto de ver ele medingando em campo e, ainda assim, com aquele sorriso no rosto. Se é para jogar mal, que seja com cara de triste, que nem o Douglas faz no Corinthians.

– Falando em Corinthians, é capaz de logo mais contratarem o Conezinho Gaúcho. Para recuperar o rapaz.

Vixe. Vai dar bem mais trabalho do que deu para recuperar o Ronaldo-Gordo-TravecãoFenômeno. É capaz de pegar banco do Douglas e do Boquita. E, se os dois se machucarem, o Mano improvisa o Souza na meia. A coisa tá feia para o Mendiguinho Gaúcho.

– Bom, pelo menos, se dá para ver um lado bom do jogo de ontem, é que o Júlio Cesar catou como o diabo.

– Muito. Tanto que ontem, antes de dormir, acendi duas velas pela saúde dele. E daqui até a Copa, rezarei toda a noite para ele se manter firme e forte.

– Gostou tanto da atuação dele assim?

– Gostei. Mas não é por isso. Se ele se machucar, quem entra no lugar é o Doni.

– Mama mia! Prefiro o Gaúcho no gol.

– Não é para tanto.

– Não sei como pegador de bola. Mas sempre gostei de goleiro que cata a bola sorrindo.

– Quem fazia isso?

– Lembro do Raveli, da Suécia em 94, do Ronaldo, do Timão, e do Higuita.

– E lá dava para ver a cara do Higuita sob aquela juba incrível?

– Não dava, é verdade. Mas não é possível fazer tudo o que ele fazia, toda aquela fanfarronice, sem estar, no mínimo, gargalhando debaixo daquele guaxinim rebelde. 

Leia no blog de origem: Dois vezes Um

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Rafael Reinehr

Rafael Reinehr é um autodidata eclético. Saiba mais sobre ele em http://reinehr.org/quem-sou