Pato arrasa e torna-se um mito aos 18 anos

Manchester United e Milan arrasaram seus adversários no último final de semana. Os Diabos Vermelhos aplicaram uma goleada de 6×0 no Newcastle com show de C.Ronaldo, Tevez e Rooney. No domingo, Pato estreou na vitória do Milan sobre o Nápoli por 5×2. Os torcedores deveriam pagar couvert artístico por terem visto Kaká, Pato e Ronaldo juntos. O San Siro veio abaixo.

Tenho um amigo que costuma dizer que jogar nos campeonatos europeus é barbada. Que tu vê se o cara é bom mesmo na altitude, na Bombonera lotada ou brigando com policiais no Uruguai.

Nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Campeonatos como o Holandês, o Francês e o Português trazem zagueiros horríveis e equipes bagunçadas, é verdade. O tão badalado Campeonato Espanhol, por exemplo, também é uma teta. Basta duas ou três pedaladas para um Robinho qualquer ser considerado gênio.

Mas nos Campeonatos da Inglaterra e da Itália o furo é bem mais embaixo. A zagueirada lá chega duro e senta a lenha. Jogador que brilha por essas bandas tem que ser bom pra burro. Esse final de semana tive o privilégio de acompanhar duas partidas que comprovaram essa teoria.

No sábado, o agora líder Manchester United humilhou o Newcastle, no estádio Old Trafford. Foi uma apresentação de gala dos Diabos Vermelhos. A equipe é muito bem montada, começando com uma defesa bastante sólida. Van der Sar (que vira e mexe aparece de líbero); O’Shea, Ferdinand, Vidic e Evra são
protegidos por Carrick e Anderson. Ferguson teve a percepção de aproveitar Anderson (aquele mesmo da Batalha dos Aflitos) como volante e o jovem tem se saído muitíssimo bem. Do meio pra frente, são jogadores rápidos, leves e habilidosos que tocam a bola com uma maestria sem igual. Envolvem qualquer adversário. Giggs segue com a sua potente perna canhota. C. Ronaldo, Tevez e Rooney montam o rápido e extremamente eficiente trio ofensivo. Dá gosto de ver a movimentação do ataque e o volume de jogo que o Manchester proporciona. O Arsenal que me perdoe, mas acho difícil o Manchester não se agarrar na primeira colocação até o final do campeonato.

Domingo, no estádio San Siro a tão esperada estréia de Pato correspondeu a todas as expectativas. A torcida milanesa lotou o estádio trazendo faixas com o nome do ex-colorado. Não demorou muito para que os fanáticos italianos começassem a gritar: "Ole, ole, ole, ole, Pato, Pato". Arrepia. Pato estreou com a desenvoltura de um jogador consagrado e a tranqüilidade de um veterano. Impressiona quem acompanha futebol. Lembro do treino fechado que Abel Braga fez no Beira-Rio, antes da estréia de Pato nos profissionais do Inter. Iarley e Fernandão saíram desconcertados com a atuação do menino no coletivo, e não pensaram duas vezes antes de compará-lo com Ronaldo. No domingo, foi a vez de Kaká e do próprio Ronaldo afirmarem que Pato é o novo fenômeno. Eu vou além. Digo que Pato será melhor. Nazário não cabeceia, e Pato se antecipa no alto como poucos.

Contra o Nápoli, Pato participou ativamente de praticamente todos os lances de gol da equipe milanesa na vitória de 5×2 e deixou o seu. Em um lance rápido e de muita inteligência, Pato tirou o zagueiro e chutou por baixo do goleiro que abandonava esbaforido a sua meta. Dois toques e o estádio foi abaixo. Foi interessante perceber que todos os jogadores abraçaram Pato, que se emocionou.

Kaká, Ronaldo e Pato deveriam vestir a camisa da seleção de Dunga. Mas o Wagner Love, que arrebenta no CSKA, tá na frente. No meu time eles jogam. No Winning Eleven jogo sempre com o Milan. Comigo esses três terão sempre tratamento especial.

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Guilherme Carravetta