O lugar de todos nós By Pedro Volkmann / Share 0 Tweet Como esta coluna busca mostrar aspectos semelhantes nas lutas sociais por um mundo melhor, vou começa-la apresentando uma série de fatos aparentemente desconexos, que estão ligados uns aos outros a partir da visão de mundo que compartilham. O argumento que sustento é que o principal inimigo para a mudança social é a falta de consciência do objeto de lutas, que deveria ser lutar contra o sistema. Farei isto através de pesquisas científicas e de textos de diversos autores da literatura os pontos de convergência entre os diversos movimentos sociais. A sua luta é nossa luta, a luta de praticamente o mundo inteiro. Desamarrar nós (-nos) é minha eu topia. O movimento Fora Yeda que marcou a união de diversas categorias de servidores públicos em uma única causa e diversos outros movimentos sociais, tais como Utopia e Luta e MST. Enquanto alguns aderiram a causa devido a morte de um ativista do MST, outros pelo sucateamento do estado e outros ainda por denúncias de desvios de verba e caixa dois de campanha existentes envolvendo a governadora. A hidrelétrica Belo Monte está sendo construída em uma área que vai alagar um grande território indígena no Xingu. Porquê esta é uma questão para você? Nos últimos meses, o mundo vem sendo sacudido pela crise de endividamento dos países europeus que tem derrubado bolsas e governos. Será que tem alguma coisa que você pode ou deve fazer em relação a isto? A Presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião no dia 22 de março de 2012 para tratar da economia do País, foram convidados 28 (vinte e oito) empresários. Cerca de trinta, eu disse trinta pessoas define o futuro da economia da sexta economia do planeta… disponível em . Acesso em 5/04/12. Será que você (e os outros cerca de duzentos milhões de brasileiros) não deveria ser convocado para esta reunião? Mais um sem-terra assassinado em Pernambuco. O segundo em apenas duas semanas: O MST acredita que o assassinato de Pedro Bruno tenha sido uma retaliação à reocupação do engenho Pereira Grande, que ocorreu na madrugada de ontem (01/04). O engenho Pereira grande pertence à Usina Estreliana, e é uma das áreas mais emblemáticas de conflitos de terra no estado de Pernambuco. A área foi declarada de interesse social para fins de reforma agrária em novembro de 2003, mas depois de uma série de recursos impetrados, a Usina conseguiu barrar o processo de desapropriação quando a Ministra Ellen Gracie, então Presidente do Supremo Tribunal Federal, que havia dado imissão de posse da área ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA) uma semana antes, revê sua decisão e determina que a imissão de posse e o seguimento da ação de desapropriação só poderão se dar após o julgamento final do processo. O caso está, desde então, pendente na Justiça. Ainda recai sobre a Usina Estreliana vários crimes trabalhistas. Em janeiro de 2010, o proprietário da usina, Gustavo Costa de Albuquerque Maranhão, que havia sido denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), foi condenado, a quatro anos e meio de reclusão, por deixar de repassar ao INSS, durante 18 meses, as contribuições previdenciárias recolhidas no valor de mais de R$ 600 mil de seus empregados. Disponível em Acesso em 5/04/2012. Como nós podemos evitar mais assassinatos como este? Entender que o sistema no qual vivemos é o responsável por estas e muitas outras mazelas e que a luta do outro é a nossa luta é uma das questões primordiais para que cada um dos protestos seja mais bem ouvido e tornar mais fácil a concretização de um mundo melhor.