Editorial By M. Ulisses Adirt / Share 0 Tweet ___No último dia 21, morreu o escritor argentino Rodolfo Enrique Fogwill. Eu, príncipe das ignorâncias, nunca havia ouvido falar do autor enquanto ele estava vivo. Por isso mesmo – e por descobrir que não existe quase nada dele traduzido no Brasil –, resolvi traduzir o sentido de um soneto que ele escreveu para os leitores que sofriem do mesmo mal que eu sofria.* O mesmo mar que nós perdemos: encontramos e perdemos em seu pulsar marinho. E com sua eternidade nunca acordamos do sempre breve sonho de um caminho. Porém, não há mar: o mar é apenas ausência na sílaba mar: passa o som e é o homem frente a um mar que inventa com sentido, mas sem o seu pulsar. Pulsos do mar que intermitentes tramam seu recomeço, sempre suspenso. Fundo que é forma, superfície e pausas de um desejo de ressaca que reclamam perder-se por partir o estar partido e aqui ficam em um fazer sem motivo. ### ___Para quem quiser, o Idelber, admirador da cultura argentina e conhecedor de Fogwill, fez uma despedida muito mais digna. Vale a pena, principalmente para conhecer alguns trechos de outro poema, o “Chamado aos maus poetas”. ##### P.S.: Já que eu resolvi falar de um escritor e traduzi um poema sobre o mar, vale anunciar o triunfante retorno de um dos blogueiros mais admirados dos 7 mares, o grande Almirante Nelson. Não deixem de passar pela sua nova nau. __________ * É apenas uma tradução simples do sentido das palavras, não busquei métrica, nem rima, nem nada do tipo.