Seleção com critério

O que há de bom para se ler.

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_____Gostar muito de ler sempre fez de mim um tipo consultor literário das pessoas que me cercam. O problema é que minhas indicações dos clássicos, por diversas vezes, não satisfazem esses leitores sem um gosto ainda definido para literatura. “Mas, você só vai indicar autor morto? Indica um vivo, vai.”.
_____Mesmo lendo mais defuntos do que autores vivos, sempre tenho algumas dicas na manga. Uma clássica é alertar para que se desconfie dos bestsellers. Os mais apressadinhos, nesse momento, sempre bradam um “Não quero dicas do que não ler; quero saber o que ler!”. Simpático, falo para procurarem por ganhadores de prêmios realmente respeitados, como o Jabuti, o Nobel de Literatura, o Camões. Talvez em outras épocas eu até chegasse a indicar as Academias de Letras. Hoje, aqui no Brasil, não é mais possível.
_____A Academia Brasileira de Letras já manchou mais ainda suas páginas ao aceitar Josés e Paulos com seus livros medíocres. Imaginem o que não é, então, a Academia Alagoana de Letras que vai aceitar um Fernando Collor – que nem um livrinho tem para constar no currículo (eu não deveria me espantar tanto assim, o Nordeste é um lugar em que até sobem ao poder governadoras que perdem eleições – e viva os Josés novamente).
_____Aposto que as discussões entre os membros do Ops! para selecionar blogueiros que se candidatam para fazer parte do portal é bem mais honesta e interessante do que dessas academias. Com a infinidade de blogs que existem pela internet, talvez começar dando uma olhada nas seleções dos blogueiros de condomínios de blogs seja um caminho bacana para arrumar boas indicações.
_____Deixo até como ilustração alguns blogs maravilhosos que eu acompanho, muito bem selecionados pelos condomínios que os hospedam: o Marconi Leal e o Milton Ribeiro, aqui dO Pensador Selvagem; o Liberal, Libertário, Libertino e o Ao Mirante, Nelson!, do Interney Blogs; o RNAm e o Brontossauros em meu jardim, do ScienceBlogs Brasil; o Alexandre Soares Silva, do A Postos; o Biajoni e o Manual do Minotauro, do Verbeat. Trocaria uma postagem de qualquer um desses pela produção completa de metade dos atuais imortais das Academias de Letras brasileiras.

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M. Ulisses Adirt