Software By Bruno Cardoso / Share 0 Tweet A utilização de software livre nas instituições públicas de ensino presenta uma série de vantagens quando comparada às custosas soluções proprietárias que são geralmente adotadas. As instituições públicas de ensino sempre sofreram com as verbas modestas, e geralmente insuficientes que recebem para pagar seus professores, fazer a manutenção do patrimônio e investir em novos recursos — quando sobra alguma coisa, claro. Nos últimos anos, tanto o governo quanto alguns setores da iniciativa privada têm estimulado a criação de laboratórios de informática como ferramenta para enriquecer o aprendizado e antecipar o contato dos alunos com a tecnologia, na chamada inclusão digital. No entanto, a comum utilização de software proprietário nesses laboratórios implica num aumento desnecessário dos gastos. Para cada cópia de um determinado programa, deve-se pagar por uma licença de uso que geralmente impede a instalação em diversas máquinas, o que multiplica esse custo pelo número de computadores disponíveis. Além disso, o hardware de cada um deles deve ser compatível com os programas adquiridos (e que não é necessariamente aquele que apresenta mais benefícios pelo menor preço), exige manutenção freqüente e deve ser compatível com as novas versões do software, o que costuma resultar na compra periódica de novos componentes. Nesse modelo, gasta-se muito dinheiro apenas para manter as funcionalidades básicas de um laboratório. É comum que empresas doem os equipamentos, minimizando assim os custos iniciais, mas mantém a dependência das instituições por meio do pagamento das licenças e de contratos que impedem a substituição dos software. A natureza desses programas também é incompatível com a própria filosofia educacional, uma vez que são projetados para executar um restrito conjunto de tarefas e é impossível estudá-lo (do ponto de vista estrutural) e adaptá-lo às necessidades dos seus usuários — que acabam tendo de se virar com as limitações. O software livre, por outro lado, vem como uma alternativa para a redução de custos, pois não é preciso pagar por licenças de uso ou atualizações, e pode trabalhar com configurações muito mais modestas de hardware, já que seu foco é exclusivamente funcional e é possível modificá-lo para se adequar às exigências das escolas. Ter acesso ao código-fonte de programas educacionais, por exemplo, pode proporcionar a criação de novas soluções ou ferramentas que maximizem o aprendizado e que podem ser compartilhadas livremente com a comunidade, contando também com seu auxílio no desenvolvimento e aprimoramento desses programas. A partir do momento em que não há vínculo com uma empresa específica e que o código é de conhecimento público, o custo de suporte e manutenção cai drasticamente, podendo ser resumido até mesmo a uma busca na internet pela resolução de problemas ou dificuldades similares que outros já tiveram. Portanto, torna-se muito vantajosa para as instituições públicas de ensino a adoção de alternativas livres que garantam sua autonomia e liberdade tecnológicas, utilização adequada de recursos e a possibilidade da livre troca de conhecimento com outras escolas e pessoas interessadas em aprimorar as ferramentas e difundir seu uso, como vem sendo feito em algumas escolas da rede pública do país.