Um pouco de luz By Ricardo Montero / Share 0 Tweet Ao folhearmos velhos álbuns de família, por quantas vezes não nos deparamos com a dúvida sobre o local e a data em que uma foto foi tirada? Uma boa resposta a esse tipo de problema é oferecido pela moderna tecnologia fotográfica digital. Uma situação que tem acontecido comigo com freqüência, depois que inventei de digitalizar todas as fotos antigas de minha família: encontro fotos interessantes dos parentes, mas fico sem saber quando e onde a imagem foi feita, pois o verso da fotografia permanece imaculado, sem qualquer anotação. Na verdade, vez por outra minha mãe anotava nas costas o ano da foto. Em algumas, presumivelmente feitas nas décadas de 1970 e 1980, aparece impresso na margem o mês e ano da revelação, o que é melhor que nada. E nas fotos da década de 1990, minha Canon analógica marcava a data do clique. Em se tratando de imagens fotográficas, data e local são metadados – ou seja, informações sobre a fotografia. Nos velhos tempos, o máximo que poderíamos esperar, sem que tivéssemos o trabalho de anotar as informações no verso, era apenas a data da fotografia. Também nesse ponto, o advento da fotografia digital mostrou-se uma enorme evolução: muitas informações são automaticamente gravadas em uma fotografia, ficando depois disponíveis para fácil consulta. O padrão de armazenamento de metadados adotado pela indústria fotográfica é o Exif, desenvolvido pelos fabricantes japoneses. Deste modo, o arquivo digital fotográfico abrange não apenas a imagem fotográfica em si, mas também informações que vão muito além de data e hora: marca, modelo e número de série da câmera; dados da exposição (abertura, velocidade, distância focal, ISO). Ou seja: metadados sobre quando e como uma fotografia foi tirada. Existe ainda a questão do local onde se tirou a fotografia, informação das mais desejáveis. As soluções automatizadas para essa questão envolvem o uso de GPS. Este sistema de localização por satélites, que tem a limitação de só funcionar em áreas abertas, permite o geotagging, isto é, o registro de coordenadas geográficas em uma foto, previsto no padrão Exif. A câmera Ricoh 500SE tem GPS embutido e no instante do clique armazena latitude, longitude e altitude em relação ao nível do mar. Ainda que uma solução prática, câmeras com GPS embutido são raras, destinadas a segmentos específicos de mercado. A solução mais comum para o geotagging é andar com um GPS enquanto se faz as fotos e depois sincronizar os horários gravados no Exif de cada foto com o tracklog gravado pelo GPS. Isso pode ser feito a custa de muito trabalho manual, com o uso de qualquer programa editor de Exif (existem vários, muitos dos quais gratuitos). O processo pode ser automatizado por programas que façam a sincronização dos dados do GPS com as informações em Exif das fotos. Há pouco tempo, passei a usar o programa Robogeo para isso, com ótimos resultados. Este programa também permite que, ao toque de uma tecla, eu seja levado ao mapa e à imagem de satélite – cortesia do Google Maps – correspondentes ao local da foto. Uma nova solução foi recentemente apresentada pela ATP. Seu novo GPS Photo Finder é um localizador GPS no qual se conecta diretamente o cartão de memória da câmera. O procedimento é simples: feitas as fotos, insere-se no GPS o cartão de memória da câmera. O GPS automaticamente regrava as fotos, nelas inserindo as coordenadas geográficas. Por isso, mais que nunca, uma imagem vale por mil palavras – tanto mais pelas informações, nem sempre evidentes, armazenadas em uma simples fotografia digital. Para os curiosos que queiram brincar de detetive, exemplos de fotos com coordenadas geográficas. 16/10/2007 12:14:46 3,62415S 38,73163W 15/10/2007 13:05:40 3,62428S 38,7317W Crédito das fotos: Ricardo Montero.