Hypocrisis By Luiz Afonso Alencastre Escosteguy / Share 0 Tweet Escrevi hoje, no Faça a sua parte, um post onde questiono a validade do esforço que fazemos para “mudar” o comportamento dos adultos em relação ao meio ambiente. Digo lá, que “Tentar convencer os atuais adultos a mudar é, como se diz aqui no RS, gastar pólvora em chimango. É ser um Dom Quixote ambiental.”. Concluo que “enquanto nos mantivermos incapazes de formular e aplicar uma nova educação, continuaremos a gastar pólvora em chimango. Conservação do meio ambiente é consequência, não deveria ser a causa da luta. A causa deve ser a educação.” Pois bem, agora vejo a seguinte notícia: “Frente Parlamentar que combate violência contra a mulher quer mudar cultura machista do RS” (aqui). Lá pelas tantas, o promotor de Justiça, membro da frente, diz: “Temos a ideia equivocada de que a violência doméstica é um problema das mulheres. Nunca vamos terminar com essa chaga se não conversarmos com as famílias, que formam meninos agressivos e meninas submissas.” Precisamos, e com urgência, é de uma nova educação. Discute-se muito o ensino, sua qualidade, o ENEM e o escambau, mas pouco tenho visto sobre o modelo de educação que se quer. O que temos é a edeucação a que se refere o promotor de Justiça. Uma educação cujo “norte” é destrutivo, consumista, individualista e por aí vai. Parodiando o promotor, são as famílias que criam corruptos agressivos e sociedade submissa; que cria homofóbicos agressivos e sociedade submissa; que cria verdadeiros assassinos ao volante de um automóvel e autoridades submissas, inertes. Está mais do que na hora de dar um basta a essa educação hipócrita. Serei louco ao generalisar, mas jamais sairemos do buraco onde estamos se não investirmos em estabelecer um novo modelo de educação. E o momento é agora. Agora que estamos, mesmo que vagarosamente, formando uma identidade. Que o digam os movimentos que afloram país afora, questionando posturas conservadoras originadas nesse modelo hipócrita de educação. E esses mesmos movimentos devem extrapolar suas causas íntimas e verem que, na realidade, estão formando um novo modelo de educação. Está faltando apenas um movimento para desenvolver um novo modelo de educação para a sociedade, para as famílias. E que possa ser aplicado às crianças de hoje. Pois de nada adiantará querer preservar o mundo para as gerações futuras se as estou educando como sou. Elas apenas terminarão o que comecei.