Varejo e atacado nos ministérios

Infelizmente, no Brasil preferimos discutir no varejo, tipo se deve existir ou não uma estrutura específica para dar vazão a determinada função.

Não há, porém, debate sobre a natureza (substância) para a qual foram desenvolvidas uma função e uma estrutura. E aqui se estabelece o diferencial ideológico entre o chamado capital e o chamado trabalho.

Alguns se prendem apenas na análise das relações entre capital e trabalho; outros, com o viés do capital e outros, por fim, com o viés do trabalho.

Mas não se vê debates sobre o capital e sobre o trabalho. Vai daí que perguntas como “que tipo de inserção do capital queremos para a sociedade brasileira?” ou “que tipo de trabalho queremos para os brasileiros”?

Esse debate deveria ser a priori, pois relações só se estabelecem entre entes definidos. E uma coisa é certa: tanto capital quanto trabalho assumem novas configurações no mundo moderno, no mundo da instantaneidade, no mundo da globalização.

Mas o que vemos? Ideologias que puxam a brasa para cada lado apenas. Para seu lado de interesse e busca por poder. Por óbvio, os governos refletem isso, ora uns para um lado, ora outros para outro lado. E assim vamos chamando isso de democracia.

E não por outra razão nosso senso de democracia resume-se ao voto, à escolha de a qual lado queremos pertencer.

Falta-nos maturidade para pensar além das funções, estruturas e relações. Precisamos sair do quadrado e ver que, definitivamente, o mundo está mudando e que ficaremos para trás se insistirmos em permanecer como estamos a mais de 500 anos.

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Luiz Afonso Alencastre Escosteguy

Apenas o que hoje chamam de um idoso. Parodiando Einstein, só uma coisa é infinita: a hipocrisia. E se você precisou saber meu "currículo" para gostar ou não do que eu escrevo, pense bem, você é sério candidato a ser mais um hipócrita!