Hypocrisis By Luiz Afonso Alencastre Escosteguy / Share 0 Tweet Infelizmente, no Brasil preferimos discutir no varejo, tipo se deve existir ou não uma estrutura específica para dar vazão a determinada função. Não há, porém, debate sobre a natureza (substância) para a qual foram desenvolvidas uma função e uma estrutura. E aqui se estabelece o diferencial ideológico entre o chamado capital e o chamado trabalho. Alguns se prendem apenas na análise das relações entre capital e trabalho; outros, com o viés do capital e outros, por fim, com o viés do trabalho. Mas não se vê debates sobre o capital e sobre o trabalho. Vai daí que perguntas como “que tipo de inserção do capital queremos para a sociedade brasileira?” ou “que tipo de trabalho queremos para os brasileiros”? Esse debate deveria ser a priori, pois relações só se estabelecem entre entes definidos. E uma coisa é certa: tanto capital quanto trabalho assumem novas configurações no mundo moderno, no mundo da instantaneidade, no mundo da globalização. Mas o que vemos? Ideologias que puxam a brasa para cada lado apenas. Para seu lado de interesse e busca por poder. Por óbvio, os governos refletem isso, ora uns para um lado, ora outros para outro lado. E assim vamos chamando isso de democracia. E não por outra razão nosso senso de democracia resume-se ao voto, à escolha de a qual lado queremos pertencer. Falta-nos maturidade para pensar além das funções, estruturas e relações. Precisamos sair do quadrado e ver que, definitivamente, o mundo está mudando e que ficaremos para trás se insistirmos em permanecer como estamos a mais de 500 anos.