Arena Livre By Hevisley Ferreira / Share 0 Tweet Aos poucos , o mundo ocidental vêm observando uma nova cultura surgir: os casais sem filhos. Foi-se o tempo das famílias nucleares em que o maior sonho da mulher era ter filhos e uma casa adorável para cuidar. Aos poucos , o mundo ocidental vêm observando uma nova cultura surgir: os casais sem filhos. Foi-se o tempo das famílias nucleares em que o maior sonho da mulher era ter filhos e uma casa adorável para cuidar. A vida profissional hoje passou a ter um papel sensivelmente mais importante na vida da população feminina. Some isso a outros fatores facilmente observáveis: casais apreensivos em relação ao futuro, divórcio (uniões instáveis), pessoas que se preocupam com a própria saúde, preocupações financeiras, casais que se consideram velhos demais… A lista de fatores é enorme, mas o que mais apreende os casais hoje em dia talvez seja a imprecisão em relação ao futuro – este mundo será um lugar saudável de se viver daqui a uns trinta ou quarenta anos? O clima profético-catastrofista que a mídia e alguns setores científicos divulgam só vêm agravar a situação. Alguns fatos: – 30% das mulheres alemãs com diploma universitário não têm filhos; – em vários países a idade para ter filhos está sendo adiada para os 30 ou mesmo 40 anos; – nos Estados Unidos, a percentagem de famílias sem filhos subiu de 9,5% em 1985 para 15,7% em 2005; – o número de filhos por mulher é de 1,2 na Itália, 1,3 na Grécia e 1,4 na Alemanha – lembrando que, para repor a população é necessário, naturalmente, 2 filhos por casal; – no Japão, 56% das mulheres com 30 anos ainda não tiveram filhos; – no Brasil, o número médio de filhos por mulher caiu de 6,2 em 1940 para 2,1 em 2005 (ao contrário do que se fala, a taxa de fecundidade caiu mais nas mulheres menos instruídas, que assim se aproximam da média geral). O incentivo à fecundidade chegou a estabilizar população de alguns países há alguns anos atrás. Mas atualmente o nível de escolaridade vêm aumentando no mundo inteiro e conseqüentemente vê-se cada vez mais, casais jovens questionando seriamente a hipótese de ter filhos. Explosão demográfica? Superpopulação? A grande questão em dias atuais foge um pouco à regra malthusiana e acaba por formular e disseminar uma nova pergunta: O meio atmosférico será habitável (à espécie humana) até quando? Para o filósofo britânico John Gray, o homem deixou de ser um habitante da Terra e, desde meados da Revolução Industrial passou a ser um invasor do planeta, dando assim início a um cronômetro decrescente que marca quantos anos restam à espécie que fez as mais profundas e irreversíveis mudanças de toda a história geológica. Se a vida humana está com seus dias contados, o que resta é rendermo-nos à cultura niilista, que apresenta-se como a mais apropriada para refletir a imagem dessa nova geração que se manifesta até contra a própria existência.