Hypocrisis By Luiz Afonso Alencastre Escosteguy / Share 0 Tweet Alguém, dentre os leitores, fez a sua árvore de Natal com garrafas pet reclicadas, como esta? Ou, ainda, cosntruiu uma biclicleta de bambu, como esta (aqui tb), e anda por aí? Apenas dois, dentre milhares de exemplos, de coisas ABSOLUTAMENTE INÚTEIS que são usadas, à exaustão, para que você se anime a “defender o meio ambiente”. Se o meio ambiente depender disso, estamos ferrados. Se depender de quem ostenta com orgulho a “hortinha caseira de temperos e verduras”, estamos ferrados. Quantas pessoas conhecemos que plantam hortinhas? Isso, um exército da salvação do meio ambiente! Que bom que é uma merreca de gente, pois senão mais ferradas ainda estarão as famílias dos pequenos produtores de temperos e verduras que tiram, disso, a sua subsistência. Bela defesa do meio ambiente essa, não? O discurso da defesa do meio ambiente está morto! Como tudo nesse mundo de consumo exacerbado, de individualismo exacerbado; num mundo descartável, onde a sobrevida de qualquer coisa não passa de alguns meses, ou poucos anos, o modismo da defesa do meio ambiente também acabou. Virou moda e acabou. Resultou apenas em hortinhas, enfeitezinhos, meia dúzia de baleias salvas, discursos inflamados dos ecochatos (meus inclusive), dos ambientalistas e, claro, em reuniões e mais reuniões inúteis de governos e entidades para, ao fim e ao cabo e depois de muita poluição, dizerem que “ficará para a próxima”… A verdade é que poucas consciências foram mudadas. Pouca gente conseguiu vencer, em si, o modelo de mundo que vivemos. E me referiro aos que relamente importam, aos poucos que suas crenças no capitalismo, na economia tal como posta, são capazes de destruir o meio ambiente – e o tem feito com indubitável competência. Não é a visão de mundo do zé da esquina que temos que mudar. O zé da esquina, nós, só existe como colaborador no processo de exastão da natureza. Sim, NÃO É A INDÚSTRIA QUE POLUI, ela tem consciência do que faz; é o zé da esquina, nós, que não fazemos ABSOLUTAMENTE NADA. Quer ver? Ontem, domingo pós-feriado, fui ao super. Há três anos só uso sacolas de pano. Pois bem, sem mentira, mas devia ter umas duas mil pessoas lá dentro, de tão cheio. Fiquei duas horas passeando e observando. Ninguém, MAS ABSOLUTAMENTE NINGUÉM, das duas mil pessoas, usava sacolas de pano. E mais, no caixa ainda me olhavam como se olha para um ET. Mais, assim como eu, as pessoas consumiam toda espécie de produtos. E saí de lá pensando: essa gente é que tem razão. É muita hipocrisia minha! Que coragem eu teria para parar ali mesmo, na frente dos caixas e berrar: “PORRA, QUANDO É QUE VOCÊS VÃO PARAR DE USAR SACOLAS DE PLÁSTICO? DEFENDAM O MEIO AMBIENTE!!!!” Nenhuma claro! Sou parte dos que acreditam na “moda de defesa do meio ambiente”. De que adianta um maluco usar sacolas de pano, para defender meia dúzia de tartaruguinhas, se carrega para casa produtos que poluem desde a sua fabricação? Seria o mínimo que ouviria! Um ano tem 8.760 horas. Quantas horas eu usei para tentar mostrar para outras pessoas que seria possível viver de outra maneira? Juro que infinitamente menos horas das que gastei plantando e cuidando de um pé de tomate que me rendeu dois tomatinhos. Isso mesmo, dois tomates. Salvei o mundo com meus dois tomates. A verdade é que ninguém, ou só o cara do exemplo, fez uma árvore de natal de garrafas pet. Foi nisso que resultou de mais de vinte anos de “defesa do meio ambiente”: nada. É hora de mudar! O Meio Ambiente já morreu, só tu não sabias disso!