Quiáltera By newton lobo / Share 0 Tweet Muitos idiotas de narizes empinados, costumam torcê-los diante do que se costuma chamar de World Music, que nada mais é que música de excelente qualidade produzida, amiúde, com marcante característica de determinada cultura, baseada antes no acervo folclórico do que nas tradicionais Escolas eruditas. Ora, o que se chama de música World, portanto, simplesmente é, uma peça musical polifônica, destinada a interpretação instrumental e/ou vocal, muitas vezes orquestral, não enquadrada em nenhuma corrente tradicional e com fortes traços culturais da nacionalidade do compositor. Portanto, música de qualidade, dignificante da espécie humana, música que enleva a alma enquanto eleva, nobilita e enobrece a condição mundana desses seres planetários, ainda disformes que somos. Claro, a consecução desse mister está diretamente ligada, tanto mais ou tanto menos, a situação relativa ao adiantamento espiritual do compositor, naturalmente, sem falar da técnica de composição, do talento, da inspiração, da capacidade de transformar esses surtos em frases musicais, em arranjá-las, orquestrá-las, etc. e etc.. Posso dizer que, como blogueiro, sou editor bissexto, é fato, e todos já sabem o porquê, como já o expus em outras reportagens em outras páginas. Portanto, juro que não vou mais dizer aqui que só escrevo nas horas da angustia e da saudade, quando ouso soltar palavras aos quatro ventos, em busca de ouvidos amistosos… Não, não vou mais dizê-lo! Mas, hoje, fui movido a escrever algumas bobagens, instigado que fui pela leitura de um recado, daqueles deixados nas caixas de mensagens de Sites, por um entendido em música, “um crítico”, a um jovem editor, blogueiro iniciante. A verdade é que deploro com veemência, e tenho deplorado por toda minha miserável existência, como todos já estão fartos de saber, o que se chama de crítica especializada, que sempre taxei de crítica desespecializada. Ora, vi esse sujeito doidivanas aconselhar o tal jovem a não contaminar seu blog de Música Erudita, com porcarias World Music e New Age. P… Um caboclo desses, com toda certeza, mal distingue um Baião de Luiz Gonzaga duma fuga de Bach, (Vou logo advertindo que nada tenho contra o grande Luiz Gonzaga, que por sinal adoro, e o meu querido www.pianoclassico.org está recheado de sua música) Aí, se o jóvem blogueiro iniciante não tiver estrutura anterior bem formada nos meandros da música erudita? Se estiver, como é bem provável, usando o recurso eletrônico através da web para aprender e crescer pessoalmente, enquanto compartilha seu próprio acervo? O que é muito louvável, diga-se de passagem. Não é muito difícil perceber que o iniciante, em tributo à “grande figura do crítico”, passe incontinenti a torcer suas próprias ventas a tal música world… Juro, de pés juntos, que não digo mais que nasci (literalmente) dentro de um Conservatório. Que a Música Erudita foi meu café da manhã, meu almoço e meu jantar durante mais de meio século, e que me embalou desde o jardim-de-infância até a universidade. Que minha mãe foi pianista, que a avó foi pianista, que o bisavô foi maestro, lá pras bandas da Europa… Eu? Não, pelo menos não nas salas internacionais! Sou é criador de bodes, como já sabem, mas, apesar da minha quase nula erudiçao, tenho uma opinião que me acompanha a mais de meio século, e dela não abro mão, em hipótese alguma, mesmo que seja indiscutivelmente desprovida de qualquer valor e, comprovadamente obra de elucubrações mentais doidivanísticas resultado de meu pensamento profundamente sebastião: Só um louco deixa de ver as “belezuras” de uma música só porque não é erudita, ou antes, não foi rotulada e carimbada convenientemente como erudita, de Escola tal ou qual. A Música é tão mais espiritual que técnica, nada vale a técnica esmerada sem a divina inspiração. Sem aquela sublime força interior que vez por outra, passa a mover as mãos do compositor, não poderia haver música somente baseada na técnica. Compare Pachelbel com J.S.Bach, o que sobrou de técnica naquele, folgou em espiritualidade neste que aliada a imensurável técnica (própria) de composição, deu no que deu! Bem, amigo leitor, abramos, portanto, nossos ouvidos e nossos corações à toda produção artística honesta e, descubramos por nós mesmos o que nos agrada ou nos desagrada. O que nos conduz a elevados patamares. O que nos engrandece a alma e faz-nos pulsar ao ritmo do magnífico balet estelar das cósmicas amplitudes. O que nos arrebata com tranqüilidade a outros níveis vibracionais, e, enfim, ouçamos com o coração, com o espírito e com os ouvidos bem abertos. Essas são condições sem as quais não se pode discernir sobre a verdadeira qualidade da obra musical que se ouve. Para quem tem, portanto, o espírito elevado (sorte grande, verdadeira mega-sena acumulada) e, se se tem um cérebro compatível (bem dotado, bem programado e bem utilizado), a crítica passa a ser inoportuna, improfícua, inútil, frustrante, imprestável, além de desnecessária. Portanto, amigo leitor, se somos assim, (sem falsa modéstia) posso dar-lhe uma pequena dica sobre uma forma segura de profunda análise musical, evitando a chata análise estrutural entre outros recursos mais maçantes: Se gostamos de tal peça musical, “ela é boa”. Se não gostamos do que ouvimos (se ela não nos impressionou positivamente): Não presta, é música de segunda categoria, prejudicial a nossos ouvidos. A crítica que se dane. A nós, preparados que somos de orígem, basta-nos o sentido da audição. Todo o resto é balela e conversa pseudo-erudita fiada para “bois tolos” dormirem.