A esquerda insiste em inocular uma doença no povo: a consciência. O povo não quer, pois é uma doença que causa dores profundas e, uma vez adquirida, não tem cura. A pessoa é obrigada a viver com ela o resto da vida.
Algumas variantes são mais perigosas, como a consciência de classe ou a consciência da pobreza. Essas duas carregam um efeito colateral extremamente danoso: a consciência de que não poderão mudar a realidade. Trabalhador será sempre trabalhador, mesmo que tome um placebo genérico chamado empreendedorismo.
Para a consciência da pobreza não há um placebo, muito vendido no mercado, e promete transformar o pobre em classe média. Não adianta, quem nasce pobre há de morrer pobre.
Mas de todos os efeitos deletérios da consciência, o pior é o que acomete a chamada classe média. Dar-se conta de que a vida é uma eterna luta para não ir ladeira abaixo é terrível, além de causar quimeras de que poderá subir de vida. Sonhar com isso é o único alento, similar ao causado por drogas psicodélicas.
Quimeras disfarçadas de consciência é o que a esquerda oferece. Como se bastasse ter consciência para lutar – e vencer – o poderoso inimigo: o poder econômico da direita.
A direita não está preocupada com o povo ter ou não consciência. Compra os que servirão de capachos para seus propósitos no legislativo e no executivo, de todos os níveis, e pronto. São objetivos. Simples assim. Não discutem ideologias ou correntes de pensamento dentro de partidos, como faz a esquerda. Menos ainda perdem tempo com democracia e direitos humanos; democracia é o direito que possuem de decidirem os rumos do país – sempre a seu favor. Direitos humanos? Fornecem a versão moderna do pão e circo romano: trabalhos precários e redes sociais. E fila no SUS.
Enquanto a esquerda vender sonhos de consciência o Brasil não só não mudará, como continuará aprofundando as desigualdades, aumentando a pobreza e precarizando mais ainda o trabalho.
A história nos mostra o único caminho possível. Faltam líderes.
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