Comportada Mente By Sergio Lafasse / Share 0 Tweet Neste artigo vou comentar um pouco sobre os conceitos de crença, sua origem e mecanismos que utilizamos para contradizê-las ou apoiá-las. Apresento, também, um exercício que ajudará na eliminação de limitações através do desafio à nossa programação interior. No artigo Seus Limites Interiores eu comentei sobre o uso de algumas frases em nosso diálogo interno que dificultam ou impedem o alcance dos nossos objetivos. "Eu não consigo", "Isso é muito difícil", "A vida é uma luta" são crenças que limitam a nossa atuação no mundo. Mas, afinal de contas, o que são crenças e qual a sua origem? Crenças são os princípios que orientam nossas ações. Elas determinam a maneira como enxergamos o mundo e a nós mesmos, como reagimos aos outros e o significado que damos às experiências. Nossas crenças têm muito pouco a ver com qualquer outra realidade que não seja a nossa própria, elas são muito mais opiniões do que fatos. Quando éramos crianças acreditávamos em Papai Noel, não tínhamos dúvida de que ele nos trazia presentes no Natal. Ele era real para nós. Entretanto, essa realidade deixou de existir quando nos tornamos adultos. Se uma pessoa acredita em algo, esse algo sobrepuja a realidade. É verdade para ela, que vai agir dentro de sua realidade acreditada como se isso fosse verdade. De qualquer maneira, tanto faz se é verdade ou não, já que ela está vivendo sua vida desse jeito. Além disso, nossos sentidos são extremamente eficazes em filtrar qualquer informação que possa contradizer uma de nossas crenças, assim como em descobrir informações que possam apoiá-las: quanto mais algo ocorre mais acreditamos que tornará a acontecer – por exemplo, "Sempre que eu tomo chuva fico gripado". São muitas as origens de nossas crenças: família, professores, amigos, não amigos, jornais e livros que lemos, programas que assistimos na televisão, exemplos que assimilamos de pessoas significativas em nossa vida, "formadores de opinião", etc. As crenças são parte importantíssima em nossa existência e, entretanto, são expressas de forma extremamente simples: "Se eu fizer isto… aquilo vai acontecer", "Eu não consigo…", "Eu não mereço…", "Eu devo…", "Eu não posso…", e assim por diante. Essas palavrinhas que usamos a toda hora têm um poder incrível sobre nossas vidas, porque a linguagem é parte inerente ao processo que utilizamos para compreender e interagir no mundo e para expressar nossas crenças. Proponho agora um exercício rápido que pode ajudar na mudança de crenças limitantes. 1) Tenha em mãos papel e caneta ou, se desejar, abra o editor de textos no seu computador. 2) Dentre os provérbios abaixo, escolha e escreva aqueles que se aplicam a você: a) Quem nada espera nunca se decepciona b) Uma desgraça nunca vem sozinha c) Não conte com o ovo dentro da galinha d) A grama do vizinho é sempre mais verde e) Nem tudo que reluz é ouro f) Gente boa conta-se nos dedos 3) Acrescente à sua lista os lemas ou regras de sua família e que, ainda hoje, são válidos para você, como por exemplo: a) Seja sempre bonzinho b) Comporte-se na presença de outras pessoas c) Não incomode os outros d) Não faça perguntas inoportunas e) Criança deve ser vista e não ouvida f) Os outros são sempre melhores que você g) Você nunca faz nada direito 4) Fique à vontade para acrescentar quaisquer outros provérbios ou regras que se apliquem a você. 5) Agora você tem uma lista de crenças que, de alguma forma, limitam sua vida. 6) Leia cada uma das frases que escreveu. 7) A cada frase lida, pergunte-se: a) Quem disso isso? b) Para quem isso é verdade? c) Para quem isso se aplica? d) Isso é verdade de acordo com quem? e) Isso é certo para quem? f) Isso é errado para quem? g) Preciso continuar acreditando nisto? 8) Analise como sua visão do mundo pode ser alterada com as respostas obtidas.