Demografia By José Eustáquio Diniz Alves / Share 0 Tweet Faltam 3 meses para as eleições de outubro de 2010. Antigamente se dizia que: “urna e barriga de mulher só se conhece depois de abertas”. Contudo, o ultra-som, atualmente, permite conhecer o sexo e as condições de saúde dos fetos, assim como as pesquisas podem indicar quais são as principais preferências e tendências do eleitorado. As últimas pesquisas de intenção de voto indicam que a ex-ministra Dilma Rousseff, que estava muito atrás no início do ano, ultrapassou o ex-governador paulista, José Serra. Relatórios divulgados pelos Institutos Vox Populi e Sensus, em maio, indicavam uma reversão na corrida presidencial. A pesquisa Ibope/CNI, divulgada 23 de junho, confirmou e apontou Dilma com 40% dos votos, Serra com 35% e Marina com 9% dos votos (havendo 16% de intenção de votos nulos, brancos ou indecisos). Havendo segundo turno, Dilma ganharia de 45% contra 38% de José Serra. Existem duas tendências que têm se confirmado em todas as campanhas, pelo menos depois da retomada das eleicões, em 1989, na chamada Nova República: 1) todos os candidatos que estavam à frente das pesquisas eleitorais 3 meses antes do primeiro turno, venceram as eleições;2) todo presidente eleito no Brasil saiu vitorioso em Minas Gerais. Estas duas tendências estão presentes, em 2010, pois a candidata Dilma atingiu a liderança nacional e, também, mineira. Pesquisa Ibope, de 28 a 31 de maio, deu Dilma com 42% e Serra com 34%, em Minas Gerais. Pesquisa Sensus, realizada nas Alterosas, em 10 e 11 de junho de 2010, indicou Dilma com 37,3% das intenções de voto contra 32,1% de Serra. Na pesquisa Ibope/CNI, divulgada 23 de junho, a candidata Dilma passou à frente na região Sudeste, indicando que a candidata do PT está à frente em Minas. De fato o presidente Lula conseguiu realizar uma proeza em terras mineiras, ao induzir o PT a abrir mão de uma candidatura própria ao governo estadual, para apoiar o candidato Hélio Costa do PMDB e ainda conseguir que o ex-ministro Patrus Ananias (do Bolsa Família) concordasse em concorrer como vice na chapa do PMDB, antigo desafeto do PT e dos setores progressistas do estado. Com o forte palanque estadual e o fato da candidata Dilma ter nascido em Belo Horizonte, não é de se estranhar a virada em Minas, que é um Estado que representa uma síntese do Brasil, pois tem um pouco de São Paulo, no sul e no triângulo, um pouco do Rio, na Zona da Mata, um pouco do Nordeste do Brasil no Nordeste de Minas, um pouco de Brasilia e Centro-Oeste, na região de Paracatu. Como já disse o antropólogo Darcy Ribeiro (1922-1997): “Minas foi o nó que atou o Brasil e fez dele uma coisa só”. Evidentemente, não é possível afirmar com certeza os resultados de outubro. Mas existem alguns fatores que favorecem à candidatura do PT e do Lulismo: – forte coalisão de partidos de vários espectros ideológicos;– bons palanques estaduais;– grande tempo na televisão e na Propaganda do Horário Eleitoral Gratuito;– grandes recursos financeiros;– forte presença do presidente Lula e sua alta popularidade;– economia crescendo a 7% em 2010;– redução do desemprego, crescimento da renda e do consumo, etc.– dificuldade da oposição em encontrar um discurso convincente;– novidade de alternância de gênero, com a possibilidade da primeira mulher presidenta do país;– expectativa favorável à continuidade do atual governo e suas políticas sociais; etc. Por tudo isto, tem crescido a convicção de que a candidata Dilma Rousseff possa ganhar as eleições de outubro, se não acontecer nenhuma grande surpresa. Se assim for, resta saber se a vitória virá no primeiro ou no segundo turno. Seria bom que, depois da alienação futebolistica e etílica da Copa do Mundo, o país aproveitasse os próximos 3 meses, antes da ida às urnas, para discutir um projeto de nação, especialmente propostas para melhorar a educação e garantir um ensino público de qualidade.