Ministério com paridade de gênero na França

A França foi pioneira na luta pela democracia no mundo. Foi a Revolução Francesa de 1789 que adotou o voto universal em substituição aos direitos hereditários da monarquia. Mas a França nunca elegeu uma mulher para a Presidência da República. Neste ponto, ela está atrás do Brasil.

Porém, nas últimas eleições, quando venceu François Hollande, do Partido Socialista, a novidade foi a instalação de um ministério partitário com 34 ministros, sendo 17 homens e 17 mulheres.

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Nicolas Sarkozy prometeu um governo com paridade de gênero, em 2007, mas fracassou. Dilma Rousseff prometeu um ministério com um terço de mulheres, mas também fracasou. Neste sentido, o gabinete paritário de Hollande é uma grata novidade. Também mostra que basta vontade política para romper com uma tradição milenar de exclussão das mulheres da política.

Evidentemente é preciso nomear ministros de acordo com a competência na sua área específica. Mas hoje em dia as mulheres possuem níveis educacionais superiores ao dos homens e existem um número considerável grande de mulheres com competência técnica. Basta saber procurar e ter coragem de romper com as práticas misóginas. Por exemplo, foi depois de ser ministra da economia que Christine Lagarde se tornou Diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional. Basta dar chances para que as mulheres mostrem o seu valor.

A paridade de gênero nos ministérios dos vários países do mundo seria um primeiro passo para haver paridade também nos outros níveis da política e nos conselhos diretivos das empresas privadas. A paridade ministerial é o começo para a construção de uma sociedade mais justa, onde homens e mulheres possam dividir os espaços públicos e contribuir igualmente para o desenvolvimento econômico, social, cultural e ambiental de cada país, em particular, e da comunidade internacional como um todo.

Somente com igualdade de oportunidades e com participação concreta é que as mulheres poderam mostrar todos os seus valores. E o mundo poderá efetivar, para ambos os sexos, o lema da Revolução Francesa: Liberté, Égalité, Fraternité.

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José Eustáquio Diniz Alves