Demografia By José Eustáquio Diniz Alves / Share 0 Tweet O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em seu discurso sobre o Estado da União, de 25/01/2011, fez um apelo por inovação e união para que o país consiga gerar empregos e enfrentar os desafios futuros de uma economia global em tranformação. Diante da competição gerada pela ascensão da China e a Índia (Chíndia) e da exportação de empregos para outros países é necessário investir em inovação, infra-estrutura, educação, pesquisa biomédica, tecnologia da informação e energias renováveis. Ele disse: “Este é o momento Sputnik da nossa geração”, referindo-se ao satélite que os russos colocaram em órbita em 1957, antes dos Estados Unidos e que possibilitou que o presidente John Kennedy conclamasse a nação a enviar um americano à Lua. Acontece que naquela época os EUA eram líderes incontestes da economia internacional, tinham dinheiro sobrando e o dólar era uma moeda forte e padrão da economia mundial. Porém, em 2010, os EUA possuem uma dívida gêmea (interna e externa) monstruosa e o déficit fiscal americano deverá ultrapassar 10% do PIB (Produto Interno Bruto). Como então financiar o “momento sputnik”? E qual é o grande desafio do mundo? O grande desafio da atualidade é combater o aquecimento global, reduzindo até eliminar significativamente a emissão dos gases do efeito estufa, descarbonizar as atividades antrogênicas e construir uma economia verde e inclusiva. Para tanto, a tarefa mais urgente é mudar a matriz energética, trocando o uso das energias fósseis pelo uso das energias renováveis. Mas para avançar com a industria de energia limpa e verde é preciso investimentos e a mobilização de toda a sociedade. O presidente Obama propôs, corretamente, que toda a energia elétrica utilizada nos EUA tenha como fonte as energias renováveis. Mas faltou dizer de onde saira o dinheiro para fazer a transição da matriz energética. Certamente, Obama não vai ter o apoio do partido Republicano, que tem se notabilizado como grande defensor da poluição das industrias petroleiras e químicas. Talvez a China vai se apropriar do “momento Sputnik”. O governo Chinês tem feitos grandes investimentos para criar as condições estruturais e institucionais apropriadas para o desenvolvimento da energia limpa e renovável. A China já é a maior produtora de energia solar e eólica e promete grandes incentivos para as décadas seguintes. O “momento Sputnik” da atualidade não é chegar ao mundo da Lua. Muito menos fazer uma corrida militar ao espaço. Ao contrário, o esforço deveria ser reduzir os gastos militares e investir da economia de baixo carbano. O país que entender este desafio poderá se tornar o líder da economia internacional e poderá oferecer alguma esperança à luta contra o aquecimento global. Referência:Bill Becker. At the crossroads: Floods, fires and the speech Obama should give on climate change, January 28, 2011 http://br.mg1.mail.yahoo.com/dc/launch?.gx=1&.rand=1q9ns2nc601lk