O des-desenvolvimento da Europa?


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Esqueçam a Euroesclerose. O problema do velho continente não é mais de uma “doença crônica degenerativa”. A situação agora no final de 2011 é mais grave. Discute-se o fim do Euro e, em decorrência, o possível fim da União Européia. O sonho de um continente unido e próspero acabou. Já existem autores falando em des-desenvolvimento europeu.

A Grécia foi o “país” mais avançado e próspero da antiguidade. Com Alexandre, o Grande, a Grécia dominou meio mundo, antes de entrar em decadência. Aí veio o Império Romano que dominou o mundo durante 5 séculos. Foram os romanos que civilizaram a maior parte da Europa, além de dominar o Egito e o Norte da África, a Palestina, o Oriente Médio e até partes da Índia. O fim do Império Romano trouxe mil anos de regressão econômica e cultural.

Foram dois países pequenos e periféricos, Portugal e Espanha, que deram início às grandes navegações e à consquista da América, África e Ásia. A ferro e fogo, mas também com ciência e tecnologia, a Europa dominou o mundo e inventou o conceito de desenvolvimento moderno. Foi a Europa que abriu o caminho para a sociedade urbana e industrial, com universalização da educação de qualidade, com baixas taxas de mortalidade e natalidade e com alto padrão de consumo e qualidade de vida. A Europa, depois da Revolução Gloriosa (na Inglaterra) e da Revolução Francesa, reconfigurou o conceito de sociedade moderna. Chegou, inclusive, a ensaiar o conceito de sociedade pós-moderna.

Mas, agora já se fala em des-modernização da Europa, enquanto o resto do mundo fala em desocidentalização.

Não é só a crise econômica. Nem é só a perda do poder aquisitivo, o alto desemprego e a falta de alternativa para os jovens. É a própria democracia que está sendo substituída pela tecnocracia a serviço do capital financeiro. O Welfare State está sendo substituído pela bárbarie nas relações sociais e trabalhistas. Crescem as ocupações dos indignados, assim como crescem a repressão aos movimentos populares. O Estado de Direito e de direitos está ameaçado. No mínimo, diminui a qualidade da democracia social e política.

A maioria dos países europeus perdeu a capacidade de competição econômica internacional e só tem mantido o padrão de vida a custa de endividamento crescente. Até as políticas para defender o meio ambiente estão sendo abandonadas ou congeladas. A sociedade afluente está sendo subistituida pela sociedade doente. Não se trata de uma opção pela simplicidade voluntária. Embora o continente ainda se mantenha no grupo de alta renda, existe um processo de pauperização acelerado.

É como se a história estivesse andando para trás, como caranguejo ou um carro de marcha-ré. Será possível mudar o rumo? Ou será o início do processo de des-desenvolvimento da Europa?

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José Eustáquio Diniz Alves