A História se repete, uma vez como ideologia e outra como arma.


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Racista por conveniência ou racista por convicção?

Primeiro vamos tentar deixar claro que é o racista. O racista é um indivíduo dotado de uma capacidade intelectual baixa e uma rasa compreensão da realidade de maneira tamanha que o faz considerar pessoas diferentes dele, inferiores.

Para entender o racista é necessário recorrermos às idéias do naturalista francês do século XIX, Georges Cuvier.

Cuvier não foi o primeiro a dividir a humanidade em grupos raciais distintos (antes dele veio Blumenbach por exemplo), mas provavelmente foi o primeiro a dizer que as chamadas “raças” não estavam em pé de igualdade.

Para ele, amarelos, brancos e negros não só possuíam diferenças de aparência (o termo fenótipo não existia na época) como também intelectuais. Outros teóricos como Gobineau e Chamberlain estenderam essas diferenças para campos como moral e psicologia.

Então o racista típico, é aquele sujeito que divide as populações humanas em raças e as hierarquiza – colocando no topo a raça a qual pertence. Assim a minha raça é superior e a sua inferior.

O grande erro das pessoas é achar que isso é exclusividade de brancos. É MAIS CORRETO DIZER QUE OS BRANCOS FAZEM MAIS ISSO, mas não só eles fazem.

Não é muito comum negros se acharem melhores que brancos, mas existe! O mesmo com asiáticos, indígenas ou aborígenes. Repito, o erro é dizer que é uma prática exclusivamente branca – o que não é!

Em países como Brasil (e Estados Unidos) o racismo dos brancos é mais evidente justamente porque são países com histórico de escravidão negra e com transições abolicionistas muito mal feitas.

Nos dois países o que se viu foi uma classe dominante branca, negros livres, mas não inteirados completamente na sociedade e indígenas completamente excluídos.

Abrindo apenas um parêntese:

Me lembro de ter ficado muito impressionado quando li pela primeira vez A Democracia na América do Tocqueville. Entretanto, muitos anos mais tarde o reli e confesso que me impressionei menos, dado que o considerei condescendente com a questão escravista (para dizer o mínimo). Como pode um país escravocrata ser modelo de democracia?

Voltando…

Entendido agora o racista, vamos abordar a convicção e a conveniência. A convicção é a certeza de que minha raça é superior as demais. Mesmo que eu não fale expressamente, mas penso isso!

O racista convicto acha mesmo que limpeza étnica é mesmo a solução para os problemas da nação. Geralmente esse tipo de pensamento vem acompanhado de pautas morais.

A conveniência depende muito. Depende do lugar, da situação, das pessoas ao redor e da permissividade dos interlocutores.

O racista por conveniência geralmente não se vê como racista – afinal, ele tem até um amigo negro; ele é racista só às vezes, só quando ele pode ser racista.

Pra mim o racista por conveniência e o por convicção, não passam de RACISTAS. A diferença entre eles é que o por convicção não luta mais dentro de sua mente para corrigir essa clara falha de pensamento (já tornada certeza), enquanto que o por conveniência trava uma luta interna entre considerar certo ou errado o racismo.

Assim, há momentos em que o certo ganha e a pessoa é racista!

Porque veja o nó: se a pessoa realmente fosse racista por convicção e achasse mesmo (como muitos acham) que negros são inferiores e não deveriam existir, a tendência é que essa pessoa fosse hostil com qualquer negro e não com uns e com outros não.

A pergunta que me incomoda e me intriga desde 2009 é justamente essa: Por que racismo para Elicarlos e para Perea aplausos e sorrisos se ambos são negros? Por que com Aranha e com Zé Roberto não?

Se a convicção for: eu não gosto de negros! Isso significa que nenhum negro escapara de meu repúdio, hostilidade, asco ou o que quer que seja.

Veja se há muita diferença entre Elicarlos e Perea:

E entre Aranha e Zé Roberto:

Portanto a minha conclusão é que o racista por convicção encara o racismo como ideologia. Ele se incomoda com a existência dos negros, porque mesmo que ele não conviva com nenhum, vai que numa viagem ele veja um! Por isso que Hitler não apenas queria varrer os judeus da Alemanha, mas da Europa e depois do mundo.

Já o racista por conveniência encara o racismo como arma. Ele não tem a necessidade de o tempo todo se sentir melhor ou superior, mas quando essa necessidade aparecer, aí se usa o racismo para isso.

Seja como arma ou como ideologia, o racismo é uma estupidez, uma abominação que não deveria existir e acredito que nunca deixará de existir e ao contrário do que dizem por aí, a educação não acabará com ele.

Entendo que a “EDUCAÇÃO” que temos, só faz com o que o racismo cresça, pois longe de ser uma falha moral, é uma falha de pensamento e nossa educação torna as pessoas cada vez mais burras:

Não é por acaso que existam tantos terraplanistas, antivacinistas, conspiracionistas, anticientificistas, racistas e afins.

About the author

Marlon Marques Da Silva

Humano, falho, cético e apenas tentando... Sou tio, fã de Engenheiros do Hawaii, torço pro Santos F.C. e não me iludo com políticos e religiosos e qualquer discurso de salvação. Estudei História, Filosofia, Arte, Política, Teologia e mais um monte de coisas. Tenho minha opinião e embora possa mudar, costumo ser aguerrido (muito) sobre ela e geralmente costumo ir na contra-mão da doxa.