– Se eu fosse técnico de futebol…
– Lá vem você de novo.
– Por que de novo?
– Mas essa teoria foi comprovada que dá certo. Vide aquele cidadão do campeonato inglês.
– Exceção.
– Exceção porque não contratam estivadores para bater laterais. De qualquer forma, deixe-me contar o que eu tava pensando.
– Manda.
– Se eu fosse técnico, eu iria ter um jogador no banco especializado em corrida de tiro curto. Coisa de 100 ou 200 metros.
-Aposto que não seria para incendiar o jogo em contra-ataques insanos.
– Não, não seria. Seria um jogador que teria uma simples função. Imagine um caso de contra-ataque adversário, desses que o jogador pega a bola no meio campo ou na intermediária e avança para o gol, deixando os zagueiros para trás.
– Certo. Só ele, a bola e o goleiro.
– Isso. Daí eu viraria para o meu jogador no banco de reservas e diria “avança!” Ele sairia correndo do banco, num pinote maluco, invadiria o campo e daria uma voadora no jogador adversário antes dele fazer o gol. Ele seria expulso, mas mesmo assim meu time continuaria com onze. A idéia é boa, não?
– Olha… até é. Mas esse jogador seria banido do futebol. Você teria que ter um desses por jogo.
– Já pensei nisso. Mas é fácil conseguir. Você já viu o que tem de atleta desempregado por aí? Eu pagaria por job. Uma entrada violenta e pronto: pode passar no caixa para pegar seu cheque.
– Estranhamente, achei a idéia boa. Melhor ainda se você fosse técnico do Vasco da Gama. Já reparou que em São Januário o banco de reservas fica bem atrás do gol?
– É verdade. Mas agora que eu tava contando essa minha idéia para você, me ocorreu outra coisa. O ideal mesmo seria não um corredor de 200 metros, mas um especializado em corridas com barreira. Porque pra sair do banco, ele vai ter que dar um pulo. Depois, entre o banco e a voadora no atacante adversário pode ter uma série de coisas, como cães da polícia, repórteres de campo. Se for um cara que pula e corre, ele se livraria mais facilmente destes obstáculos.
– Isso é fato. Mas já que você falou em cão policial, tive uma idéia melhor. Em vez de contratar um atleta de corrida ou de salto ou o diabo, que tal logo amestrar…
– Adestrar.
– Como?
– Adestrar. Você falou amestrar, mas o correto é adestrar.
– Será? Eu acho que é adestrar. De qualquer forma, que tal ensinar um cachorro a fazer a tarefa. Basta colocar o cão ao lado do banco de reservas e quando o atacante adversário aparecer com a bola no contra-ataque, com um gesto você dá ordem para o pastor alemão atacar.
– Tem que ser pastor alemão?
-Sei lá. Eu falei pastor porque eu sei que ele é facilmente adestrável. Mas pode ser algum cachorro de qualquer outra raça.
– Tipo um poodle?
– Por exemplo, um poodle. Aliás, dizem que o poodle é dos cães mais inteligentes que existem. Deve ser fácil, fácil amestrá-los. Taí, melhor que pastor alemão, o poodle é o mais indicado para a tarefa.
– Hummm. Prefiro corredores de provas de obstáculo. Com um poodle não daria certo.
– Por que?
– Porque eles são muito fofos. Se eu tivesse um poodle no banco de reservas, eu não conseguiria dar ordem para atacar. Ia querer ficar acariciando.
-Em caso claro de gol contra seu time, você preferiria ficar acariciando um poodle?
– Sim.
– Então desista da carreira de técnico.
– Se eu fosse técnico de futebol…
– Lá vem você de novo.
– Por que de novo?
– Mas essa teoria foi comprovada que dá certo. Vide aquele cidadão do campeonato inglês.
– Exceção.
– Exceção porque não contratam estivadores para bater laterais. De qualquer forma, deixe-me contar o que eu tava pensando.
– Manda.
– Se eu fosse técnico, eu iria ter um jogador no banco especializado em corrida de tiro curto. Coisa de 100 ou 200 metros.
-Aposto que não seria para incendiar o jogo em contra-ataques insanos.
– Não, não seria. Seria um jogador que teria uma simples função. Imagine um caso de contra-ataque adversário, desses que o jogador pega a bola no meio campo ou na intermediária e avança para o gol, deixando os zagueiros para trás.
– Certo. Só ele, a bola e o goleiro.
– Isso. Daí eu viraria para o meu jogador no banco de reservas e diria “avança!” Ele sairia correndo do banco, num pinote maluco, invadiria o campo e daria uma voadora no jogador adversário antes dele fazer o gol. Ele seria expulso, mas mesmo assim meu time continuaria com onze. A idéia é boa, não?
– Olha… até é. Mas esse jogador seria banido do futebol. Você teria que ter um desses por jogo.
– Já pensei nisso. Mas é fácil conseguir. Você já viu o que tem de atleta desempregado por aí? Eu pagaria por job. Uma entrada violenta e pronto: pode passar no caixa para pegar seu cheque.
– Estranhamente, achei a idéia boa. Melhor ainda se você fosse técnico do Vasco da Gama. Já reparou que em São Januário o banco de reservas fica bem atrás do gol?
– É verdade. Mas agora que eu tava contando essa minha idéia para você, me ocorreu outra coisa. O ideal mesmo seria não um corredor de 200 metros, mas um especializado em corridas com barreira. Porque pra sair do banco, ele vai ter que dar um pulo. Depois, entre o banco e a voadora no atacante adversário pode ter uma série de coisas, como cães da polícia, repórteres de campo. Se for um cara que pula e corre, ele se livraria mais facilmente destes obstáculos.
– Isso é fato. Mas já que você falou em cão policial, tive uma idéia melhor. Em vez de contratar um atleta de corrida ou de salto ou o diabo, que tal logo amestrar…
– Adestrar.
– Como?
– Adestrar. Você falou amestrar, mas o correto é adestrar.
– Será? Eu acho que é adestrar. De qualquer forma, que tal ensinar um cachorro a fazer a tarefa. Basta colocar o cão ao lado do banco de reservas e quando o atacante adversário aparecer com a bola no contra-ataque, com um gesto você dá ordem para o pastor alemão atacar.
– Tem que ser pastor alemão?
-Sei lá. Eu falei pastor porque eu sei que ele é facilmente adestrável. Mas pode ser algum cachorro de qualquer outra raça.
– Tipo um poodle?
– Por exemplo, um poodle. Aliás, dizem que o poodle é dos cães mais inteligentes que existem. Deve ser fácil, fácil amestrá-los. Taí, melhor que pastor alemão, o poodle é o mais indicado para a tarefa.
– Hummm. Prefiro corredores de provas de obstáculo. Com um poodle não daria certo.
– Por que?
– Porque eles são muito fofos. Se eu tivesse um poodle no banco de reservas, eu não conseguiria dar ordem para atacar. Ia querer ficar acariciando.
-Em caso claro de gol contra seu time, você preferiria ficar acariciando um poodle?
– Sim.
– Então desista da carreira de técnico.
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