Dois vezes Um


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– Eu tava pensando em fazer um blog.

– Que vergonha! E você fala assim com essa cara deslavada, de repente, como um bonde cego?

– Como?

– Tô brincando. É que eu gosto muito das expressões “cara deslavada” e “bonde cego”. Nunca as tinha usado juntas. O blog seria sobre o que? 

-Não sei ao certo. Pensei em algo que fosse fácil e rápido de ler, como o Resenha em 6 e divertido como o finado Morfina. Com um quê do Veríssimos.

– Ah, mas sem um tema em especial?

– É, sem tema. Pode ser sobre tudo. Ou sobre nada.

– Tipo o Seinfeld?

-Já te falei que Seinfeld não é sobre nada. É sobre a vida de gente chata, recalcada e com mania de limpeza em Nova Iorque. Tenho certeza que o Obama teve as idéias dos aviões depois de assistir à terceira temporada de Seinfeld.

– Tá, mas então, o blog seria sobre qualquer coisa? Ou seria só opinionismo? Ou ficção? Ou seria sobre a Viviane Araújo?

– Pensei em fazer algo que eu pudesse meter o pau no que fosse, ofender quem eu quisesse, dar opiniões gerais sem ser processado. 

– Usa um pseudônimo. 

– Pensei nisso. Mas vou além. Vou criar um blog só com diálogos. Posso falar sobre qualquer assunto, do que eu quiser, e caso alguém me processe, digo que estava na boca do meu personagem. E tá resolvido o problema.

– Olha, é uma boa. Diálogos são fáceis e rápidos de ler. São uma forma de ficção e o autor pode incluir o que quiser e, se precisar embasar, é só colocar um hiperlink. Só não sei se isso livra de processo. 

– Nem eu, mas eu gosto de dizer que livra. Meu primeiro post nesse blog vai ser justamente defendendo que, se for um personagem que diz algo em um texto, o autor tá livre de processo.

– E como você vai embasar?

– Preciso embasar? O personagem não precisa embasar. Ele pode falar, jogar no ar, e mudar de assunto. Ele pode ser de uma irresposabilidade vampírica.

– Vampírica? Por que vampírica?

– Usei o termo só para mudar de assunto. Viu como é fácil?

– Beleza. E qual vai ser o nome do blog?

– Pensei em dois vezes um.

– Por quê? 

– Mas eu lá preciso justificar tudo? Você é de uma ignorância golfínica?

– Hummm. Usou “golfinica” pra mudar de assunto?

– Não. É que eu acho golfinho um bicho muito do burro mesmo. Eles comem saridnha crua. Argh.

– E eu acho que eles são as azeitonas do mar. Pelo menos na textura. Queria dar uma mordida para saber que gosto tem.

– Eu comeria um dálmata inteiro. Numa boa. Tenho a impressão que eles tem gosto de flocos.

– E zebra também?

– Não, elas muito grandes. As zebras estão para as bananas splits como os dálmatas estão para os sorvetes de casquinha. E eu mal aguento um sundae inteiro.

– Um sundae seria o que? Um tigre de bengala? Se bem que, se tem bengala, tá mais para picolé. 

– Chega de bobagem. Vou lá montar um blog. Vamos?

– Bora. 

– Eu tava pensando em fazer um blog.

– Que vergonha! E você fala assim com essa cara deslavada, de repente, como um bonde cego?

– Como?

– Tô brincando. É que eu gosto muito das expressões “cara deslavada” e “bonde cego”. Nunca as tinha usado juntas. O blog seria sobre o que? 

-Não sei ao certo. Pensei em algo que fosse fácil e rápido de ler, como o Resenha em 6 e divertido como o finado Morfina. Com um quê do Veríssimos.

– Ah, mas sem um tema em especial?

– É, sem tema. Pode ser sobre tudo. Ou sobre nada.

– Tipo o Seinfeld?

-Já te falei que Seinfeld não é sobre nada. É sobre a vida de gente chata, recalcada e com mania de limpeza em Nova Iorque. Tenho certeza que o Obama teve as idéias dos aviões depois de assistir à terceira temporada de Seinfeld.

– Tá, mas então, o blog seria sobre qualquer coisa? Ou seria só opinionismo? Ou ficção? Ou seria sobre a Viviane Araújo?

– Pensei em fazer algo que eu pudesse meter o pau no que fosse, ofender quem eu quisesse, dar opiniões gerais sem ser processado. 

– Usa um pseudônimo. 

– Pensei nisso. Mas vou além. Vou criar um blog só com diálogos. Posso falar sobre qualquer assunto, do que eu quiser, e caso alguém me processe, digo que estava na boca do meu personagem. E tá resolvido o problema.

– Olha, é uma boa. Diálogos são fáceis e rápidos de ler. São uma forma de ficção e o autor pode incluir o que quiser e, se precisar embasar, é só colocar um hiperlink. Só não sei se isso livra de processo. 

– Nem eu, mas eu gosto de dizer que livra. Meu primeiro post nesse blog vai ser justamente defendendo que, se for um personagem que diz algo em um texto, o autor tá livre de processo.

– E como você vai embasar?

– Preciso embasar? O personagem não precisa embasar. Ele pode falar, jogar no ar, e mudar de assunto. Ele pode ser de uma irresposabilidade vampírica.

– Vampírica? Por que vampírica?

– Usei o termo só para mudar de assunto. Viu como é fácil?

– Beleza. E qual vai ser o nome do blog?

– Pensei em dois vezes um.

– Por quê? 

– Mas eu lá preciso justificar tudo? Você é de uma ignorância golfínica?

– Hummm. Usou “golfinica” pra mudar de assunto?

– Não. É que eu acho golfinho um bicho muito do burro mesmo. Eles comem saridnha crua. Argh.

– E eu acho que eles são as azeitonas do mar. Pelo menos na textura. Queria dar uma mordida para saber que gosto tem.

– Eu comeria um dálmata inteiro. Numa boa. Tenho a impressão que eles tem gosto de flocos.

– E zebra também?

– Não, elas muito grandes. As zebras estão para as bananas splits como os dálmatas estão para os sorvetes de casquinha. E eu mal aguento um sundae inteiro.

– Um sundae seria o que? Um tigre de bengala? Se bem que, se tem bengala, tá mais para picolé. 

– Chega de bobagem. Vou lá montar um blog. Vamos?

– Bora. 

Leia no blog de origem: Dois vezes Um

About the author

Rafael Reinehr

Rafael Reinehr é um autodidata eclético. Saiba mais sobre ele em http://reinehr.org/quem-sou