Francisco Grijó By Francisco Grijó / Share 0 Tweet Um dos freqüentadores do Ipsis Litteris disse que o blog precisava de mais animação. Então, lá vai: no início dos anos 90, quando eu dirigia – em companhia de meu amigo Talmon Jr. – um sebo fincado no coração da Ufes, num anexo da primeira versão do Cine Metrópolis, chegou-me às mãos uma fita VHS […] Um dos freqüentadores do Ipsis Litteris disse que o blog precisava de mais animação. Então, lá vai: no início dos anos 90, quando eu dirigia – em companhia de meu amigo Talmon Jr. – um sebo fincado no coração da Ufes, num anexo da primeira versão do Cine Metrópolis, chegou-me às mãos uma fita VHS cujo título era When the Wind Blows, de um tal Jimmy Murakami, de quem eu nunca tinha ouvido falar. Mais tarde, vim a saber que trabalhara em Heavy Metal (o filme), co-dirigindo um dos episódios. A cópia em VHS era ruim e sem legendas, mas a história, atualíssima, era (ainda é) de impressionar, principalmente porque os desenhos, de aparente ingenuidade, carregam uma força dramática intensa, mesmo que representem o modo de vida tranqüilo de um casal inglês da área rural, cujos filhos, já crescidos, não vivem com ele. É um desenho pacifista – contrário a qualquer manifestação armamentista nuclear, além de ser uma história de amor, mais especificamente quando os efeitos da radioatividade começam a ser percebidos nos corpos dos personagens centrais. A forma como o casal lida com o horror atômico é simplista: pensam que as guerras são inevitáveis – daí, é melhor ficar em casa e assistir a elas, desintegrando-se aos poucos, diante do cenário real, em stop motion. Não há finais felizes quando se trata de guerra. Sempre alguém perde e o horror – também sempre – torna-se herança. Neste filme, a ingenuidade do casal parece atuar como antídoto, aparenta atenuar a desesperança, suavizar a dor – mas é só aparência. Não existem atenuantes. O filme me fez correr alucinado atrás dos quadrinhos homônimos de Raymond Briggs, o autor do texto e dos desenhos. Tentativa vã: até hoje, quase vinte anos depois, desconheço a revista. A trilha sonora é de arrepiar: David Bowie, Roger Waters, Genesis. Soube que será lançado, no Brasil, em devedê (por isso, e por outros motivos, a postagem). Eis a capa do disco: Para quem curte YouTube, aí vai o filme, em partes e sem legendas: Parte 1: clique aqui. Parte 2: clique aqui. Parte 3: clique aqui. Parte 4: clique aqui. Parte 5: clique aqui. Parte 6: clique aqui. Parte 7: clique aqui. Parte 8: clique aqui. Leia mais em: IPSIS LITTERIS » cinema