Fundamentos By Henrique Cruz / Share 0 Tweet Raciocinar é a mais nobre atividade da mente humana. Significa realizar um encadeamento de idéias em que os argumentos apresentados conduzem a uma conclusão objetiva. René Descartes, (1596-1650), filósofo e matemático francês, foi o autor da famosa frase “Cogito ergo sum”, (Penso, logo existo). O ser humano é um ser pensante, único na natureza. É por pensar que se tem consciência de estar no mundo e sentir-se capaz de desvendar os seus mistérios. Nicolau Copérnico, (1473-1543), astrônomo polonês, alijou-nos do centro do universo, em que todos os astros giravam em volta da Terra para maior glória de Deus. Com Copérnico ficamos pertencendo a um pequeno planeta de uma estrela secundária. Apesar de manter as órbitas circulares das esferas celestes, Copérnico teve o mérito de interpretar corretamente o movimento dos astros em relação à Terra. Não eram os astros que giravam em volta da Terra, mas a Terra que girava em volta do Sol. Estava implantado para sempre o heliocentrismo, mesmo com a oposição da Igreja Católica Romana. Foi a partir dessa constatação irrefutável que surgiram as idéias do Sistema Solar, com os movimentos de rotação e translação da Terra. Desta forma a ciência entrava em confronto com a Igreja Católica Romana, cabendo a Galileu Galilei, (1564-1642), matemático, astrônomo e físico italiano, enfrentar esse desafio. Para evitar ser condenado como herege, Galileu abjurou, em 1633, das suas idéias, retratando-se em audiência pública perante os representantes da Inquisição. Apesar disso passou os últimos oito anos da sua vida em prisão domiciliar, proibido de divulgar as suas teorias. Mas cerca de 32 anos após a condenação de Galileu, Isaac Newton, (1642-1727), matemático e físico inglês, publicou a sua obra “Philosophie Naturalis Principia Mathematica”, (Princípios Matemáticos da Filosofia Natural), onde apresentou a Lei da Gravitação Universal. Os corpos atraem-se mutuamente, na razão direta das suas massas e na razão inversa do quadrado das suas distâncias. Esta simples fórmula motivou uma das mais fantásticas histórias da astronomia. Levando em conta apenas as distâncias entre planetas, Adams, inglês, e Le Verrier, francês, independentemente um do outro, verificaram, em 1846, que a órbita do planeta Urano, último planeta conhecido mais longe do Sol, apresentava anomalias no seu traçado. Supondo que eram erros, repetiram as medições muitas vezes sem sucesso. Finalmente tiveram a idéia que talvez existisse um outro planeta e assim inventaram um e calcularam qual devia ser a sua posição no céu de forma a eliminar as distorções. Os dados foram encaminhados ao observatório de Berlim que descobriu na região indicada um novo planeta, o planeta Netuno. Newton criou também o cálculo diferencial e integral aplicável às funções contínuas, as leis da mecânica dos corpos em movimento e a lei da inércia. Mas apesar do seu sucesso, a mecânica e a lei da gravitação apresentam limites de aplicação. A mecânica falha quando os corpos se movimentam a velocidades próximas da velocidade da luz no vácuo de 300.000 km/seg, velocidade máxima do universo. É uma velocidade altíssima. A luz por exemplo, demora oito minutos para percorrer a distância do Sol á Terra. Por sua vez, a lei da gravitação falha quando se trata de corpos de grande massa. Estes casos foram resolvidos por Albert Einstein, (1879-1955), físico judeu alemão naturalizado norte-americano, com as teorias da relatividade especial e da relatividade geral. Na primeira, Einstein considerou que o espaço e o tempo se fundiam em uma única identidade o espaço-tempo. Na segunda, considerou os fótons, partículas da luz, cuja massa está sujeita à ação da gravidade tornando o espaço curvo no entorno dos corpos de grande massa. Newton e Einstein são considerados os maiores físicos da história. Fico por aqui. Até à próxima.