Futebol By Milton Ribeiro / Share 0 Tweet O Campeonato Brasileiro de 2007 analisado do ponto de vista de seus melhores times, de sua honestidade e da consolidação do modelo de pontos corridos. Você sabia que tivemos a maior média de público desde 1986? Pois é. Leia lá. O Campeonato Brasileiro de 2007, apesar da ausência de nossos grandes jogadores – todos transferidos para o exterior – foi o melhor e o que teve maior número de espectadores em estádios desde 1986, ano da famigerada Copa União. Também não foi um fracasso do ponto de vista técnico. Em dezembro, tínhamos ao menos quatro equipes que não fariam vergonha em nenhum país do planeta: o campeão São Paulo, o renascido Internacional – que não teve tempo de recuperar-se a ponto de lutar por uma vaga na Libertadores -, e os cariocas Fluminense e Flamengo. A dupla Fla-Flu enfim trouxe alento ao combalido futebol carioca, palco de caixas d`águas e euricos. O Fluminense fez um ano surpreendentemente tranqüilo, foi um São Paulo carioca. Primeiro, conseguiu sua vaga na Libertadores 2008 vencendo a Copa do Brasil; depois, chegou a uma posição no Brasileiro que o garantiria novamente na maior competição sul-americana. Um espanto de estabilidade o time do ex-rebelde Renato Gaúcho. Já o Flamengo, dentro de seu habitual estilo de altos e baixos, andou pela zona de rebaixamento, acertou o time e subiu, subiu, subiu, mas subiu tanto que obteve a vaga na Libertadores por antecipação, confortavelmente. Ponto para Joel Santana e para os grandes Ibson e Fábio Luciano, que mudaram a cara do Fla. É claro, a torcida subiu junto com o time e empurrou a média de público para cima. Aliás, o mesmo ocorrera em 1986. Lembram daquele campeonato em que Fla foi o verdadeiro campeão e não foi reconhecido pela CBF? A outra novidade foi a queda do Corinthians. Seu futebol merecia a queda, mas o que realmente deixa pasmo este desconfiado comentarista foi a atitude sobranceira e honesta dos árbitros, que não imitaram Márcio Resende de Freitas, Zveiter e o STJD de 2005. A honestidade do campeonato foi indiscutível, tendo silenciado até Juca Kfouri. Porém o principal talvez não tenha sido nada disso, mas a consolidação do modelo de pontos corridos. Este o modelo de jogos de todos contra todos, lá e cá, é o mais competitivo, justo, compreensível e não creio que os homens das TVs tenham ficado tristes. Mesmo com o São Paulo ultra-favorito, houve interesse de cabo a rabo e – sejamos francos – nós nos divertimos demais com nosso futebol sem craques no ano recém terminado. Além disso, este tipo de disputa é de fácil entendimento para quem o vê no exterior. Basta sentar-se na frente da TV e o comentarista vai falar: é fulano contra sicrano na casa daquele, estamos na rodada tal do turno tal e as colocações de ambos até aqui são esta e esta. Acabou. O espectador estará informado. Prova disso é que teremos jogos às 11h da manhã em 2008. Sim, os árabes e a Ásia quer ver nossos campeonato e – que surpresa! – é o dinheiro quem manda.