Editorial By Rafael Reinehr / Share 0 Tweet É por pessoas como Salman Khan que acredito ser possível, enquanto humanos, sobrepujar nossas próprias deficiências e encontrar soluções para as encrencas nas quais nós mesmos nos metemos. É claro que o caminho é longo, passa inclusive por anular pessoas e grupos hoje extremamente poderosos. Isso poderá ser feito de pelo menos duas formas: de forma violenta, através de uma revolução civil, partindo das massas crescentes de despossuídos ou, de forma pacífica e consciente, desempoderando casual e gradativamente, através da indiferença, do nomadismo e do desaparecimento, aqueles que hoje controlam a maior parte da população. A atitude de Khan, ao democratizar o acesso à Matemática, à Química, à Biologia, à Física e à Economia é de tal monta significativa que deve ser reproduzida e amplificada o quanto antes. O conhecimento não deve ficar guardado sob sete chaves, em instituições que enriquecem às custas de polpudas mensalidades ou em websites de revistas científicas que cobram somas vultuosas para que se possa ter acesso aos seus artigos e periódicos. O mundo será tão mais fácil, justo e igualitário quando mais coisas – conhecimento, bens, acesso a serviços – não forem de ninguém e forem de todos ao mesmo tempo… São as utopias dos velhos anarquistas que começam a se realizar, em pleno alvorescer do século XXI.