Editorial By M. Ulisses Adirt / Share 0 Tweet ___Eu tinha um editorial semi-pronto sobre casamento e monarquia. Segunda-feira começou e, junto com ela, o anúncio da morte de Osama bin Laden. Nada iria ser alterado neste editorial, até que ouvi as falas dos líderes norte americanos sobre o assassinato de Osama. Embasbacado, resolvi colocar minhas reflexões sobre o casamento real na gaveta. ___Claro que eu esperava algumas reações exageradas, claro que eu esperava gente se auto-promovendo com a morte, mas, talvez ingenuamente, eu não esperava uma reação como a do Obama. ___Uma fala como “Pouco tempo depois que assumi a presidência, eu, diretamente, ordenei ao diretor da CIA que a morte ou captura de Bin Laden era a principal prioridade na guerra contra a Al-Qaeda.” não parece a fala de um presidente que sempre fez de tudo para se mostrar moderado. A reação de Barack Obama a esse assassinato parece a mesma de seu antecessor aos ataques às Torres Gêmeas. ___Puxar para si tanto assim as glórias do assassinato de outro ser humano, soa muito estranho para alguém que ganhou o Nobel da Paz – tendo-o merecido ou não. Sinceramente, parece que, se fosse mesmo contar de maneira positiva, Obama diria “Fui eu que puxei o gatilho. Deem uma olhada, o sangue até respingou na manga do meu terno.”. ___Isso deixa mais estranho ainda o fato de não mostrarem o corpo. Seria um grande extra nessa auto-promoção “Fui eu que matei!”. De qualquer modo, para alguns políticos, sem dúvida, Osama bin Laden vai fazer muita falta.