Share Nietzsche e Modigliani: breves comentários acerca de um diálogo possível By Laio Bispo / Há sempre momentos de ironia ao longo da história. As ressonâncias estão sempre a tecer novos fluxos e, muitas vezes, a produzir diálogos anacrônicos, descontínuos. Assim, essas potências (in) atuais, de natureza explicitamente intempestiva, agem e propiciam – à melhor maneira espinosana – bons encontros. Nietzsche e Modigliani estão cronologicamente afastados, estão situados […]
Share Desrazão e estética da existência em “Os Idiotas” de Lars Von Trier By Laio Bispo / Os Idiotas (1998), de Lars Von Trier, é o segundo filme do movimento “Dogma 95” – o que, por si só, já pré-supõe uma ruptura política e estética com o mainstream cinematográfico. O filme é um delírio em toda sua estrutura, só funcionando enquanto tal. O elo que constitui a questão fílmica é, ao decorrer […]
Share A lógica (des)necessária – Sobre Cortázar e o não-senso By Laio Bispo / Subverter a palavra, re-significar, fissurar premissas. A escrita de Julio Cortázar é contraponto, avesso, dês-foco, litígio, oposição à suposta ordem do real. No entanto, para Cortázar opor-se à ordem do real não significa, como para outros autores, desvincular-se dos acontecimentos que dizem respeito à realidade e aos paradoxos, e ocasionais absurdos, que a envolve. Paradoxo […]
Share A negação do horror e a afirmação da vida nas pinturas de Francis Bacon By Laio Bispo / Francis Bacon é um artista cuja obra sempre esteve vinculada aos aspectos medonhos da existência. Uma pintura resultante de agonias diversas que, sob o julgo dos olhares anêmicos e covardes, torna-se uma mera alusão ao horror e a miserabilidade de um sujeito decadente. É assim que vulgarmente é tratada a obra de Francis Bacon. Não […]
Share Modigliani: a potência e o delírio de um artista da vida By Laio Bispo / “Ele não tinha nada de parecido com alguém no mundo.” Ana Akhmátov Amadeo Modigliani, bem como outros grandes pintores de sua época, é um artista de forças. Sua pintura não é fundada, em primeiro momento, nos aspectos técnicos e na primazia de elementos cromáticos ou em quaisquer que sejam os métodos para composição técnica de […]
Share Fight Club e a destruição dos corpos-organizados By Laio Bispo / “Auto-aperfeiçoamento é masturbação. Agora, auto-destruição…” Fight Club é um filme dotado de particularidades que são, sob aspectos variados, despercebidos ou, ainda, desprezados. Vale, no entanto, ressaltar alguns desses aspectos dada a força e intensidade que alcançam. A autodestruição é uma questão central no filme, é ela quem age como pólo distribuidor de […]
Share Escrever é limpo e falar é sujo: da sujidade dos intelectuais e de suas línguas fálicas By Laio Bispo / Falar, para alguns, é um ato cênico. Não é raro que nos deparemos com figuras absurdamente pomposas que parecem anunciar com palavras verdades incontornáveis. Assim, pois, criam-se os patéticos paladinos da imbecilizante cultura burguesa, os intelectuais. Valer-se de um cardápio cultural vasto para impressionar ou sentir-se superior é, para […]
Share Breve reflexão sobre o cinema de Julio Medem e o devir-mulher By Laio Bispo / Julio Medem é um cineasta que não abre mão do esmero processual, técnico e conceitual em sua obra. Motivado por questões diversas e versando cinematograficamente sobre temas muito delicados – e porque não dizer, moralmente conflituosos? -, Julio Medem mantém-se enamorado aos perigos próprios de temas como sexualidade, frustração (das mais diversas, perigosas e cretinas), […]
Share Transfigurações By Laio Bispo / As transfigurações são – muitas vezes por vias indiscriminadas – consideradas negativas, alvo de depreciações por parte dos mais conservadores e, em geral, uma ameaça a aqueles que tremem diante dos movimentos, das potências, da vida. Transfigurar é desfazer, violentar a forma, ir contra o falseamento nutrido pelo estático. As representações e interpretações […]