Estava iluminado quando escolhi não votar em Bolsonaro? Não. Quem votou em Bolsonaro estava nas trevas? Não.
As escolhas politicas não são feitas, para grande maioria das pessoas, senão para a totalidade das pessoas, pela razão pura ou por simples paixão, mas pela fé.
E como diz o ditado, a fé é cega. Não por outra razão encontramos, ainda hoje, defensores do Bolsonaro. Gente que já pode observar que razão alguma assiste ao seu desgoverno e que até já perdeu o tesão das eleições, mas que segue, pela fé, acreditando que ele é “O Mito”.
À parte uma minoria de fiéis que tão somente se aproveita do momento para fazer uma cruzada santa em nome do Mito e busca implantar no Brasil um modelo muito particular da Santa Inquisição católica medieval, a grande maioria dos bolsonaristas está sofrendo um luto. O luto derivado da constatação de que foram enganados por uma mídia que soube manipular a morte de outro mito, o mito Lula.
A razão. Toda a história de vida de Bolsonaro e sua família é conhecida há mais de 30 anos. Milicianos comandados por um pai absolutamente inútil politicamente. Adiantou mostrar com todas as letras do alfabeto essa realizade? Não.
A paixão. Pessoas foram mobilizadas, com uma eficácia poucas vezes vista nesse país, ao ódio extremo contra uma pessoa – e por tabela a tudo quanto representava, incluindo seu partido – até então – e ainda hoje – admirada e respeitada mundo afora.
A manipulação de massas é ciência e foi praticada com maestria. Exemplos há de sobra, no tema, nas religiões monoteístas e nas mitologias formadoras no nosso modo ocidental de ser.
Destruir um mito para colocar outro no seu lugar. Algo tipo “o Rei morreu, viva o Rei”.
A fé. É o que sobra para quem segue os ditos mitos, Lula e Bolsonaro.
Nem luz nem trevas. Vivemos em uma penúmbra. E, pior, sem perspectiva alguma.