Hypocrisis By Luiz Afonso Alencastre Escosteguy / Share 0 Tweet Vídeo circulando nas redes sociais mostra o jornalista William Waack referindo-se ao autor de buzinas que o estavam incomodando como “é preto”. “Eu sei quem é, é preto!” Ele tem o “sagrado” e constitucional direito de dizer o que disse, mas a sociedade também tem o sagrado e constitucional direito de vê-lo punido por ter dito o que disse. Mas esse não é o caso, pois em intermináveis discussões pode-se arranjar todo tipo de desculpa para justificar seu ato ou para acusá-lo. O que está em jogo é a publicização de um comportamento hipócrita da sociedade: o racismo velado, dito entre “quatro paredes”, sem ofender diretamente a ninguém, esse é aceito e faz parte do “ser” de todos. O mesmo vale para todas as questões hoje tão em pauta: gênero, minorias, etnias, cultura… O vídeo mostra uma geração doente, uma geração de pessoas que ensina seus filhos, em casa, a serem preconceituosos, homofóbicos, racistas, mas que também ensina que em público devem parecer “bonzinhos”. É a máxima hipocrisia que vivemos e somos. O racismo, a homofobia, o preconceito, a soberba existem nas famílias na mesma proporção em que são negadas em público. O vídeo mostra que ainda temos muitos e muitos anos pela frente para mudar. Duas ou três gerações ainda deverão viver e desaparecer até que alguma comece a mudar e, nas suas “quatro paredes” de vida, comece a entender que, sim, foram formados preconceituosos, mas que poderão mudar. Dos filhos e netos dos waacks da vida não se pode esperar nada. Nada além de continuarem a ser os asquerosos que são. Claro, eles estão se lixando pra mim… E não cometo o mínimo erro ao dizer que o caso será simplesmente abafado, esquecido. Afinal, ele é da elite que faz o racismo, o preconceito e outras tantas mazelas sociais.