Hypocrisis By Luiz Afonso Alencastre Escosteguy / Share 0 Tweet Inúmeras têm sido as críticas lançadas ao Ministro do STF Luiz Fux, por ter declarado o que todo mundo sabe: como são escolhidos os ministros do Supremo. A bem da verdade, não sei por que cargas d’água as pessoas resolveram se indignar com uma campanha para um cargo eletivo. Tal como foi desenhado há mais de 260 anos (1748), o sistema adotado nas chamadas democracias modernas prevê que membros de poderes não eleitos diretamente pelo real dono do poder sejam escolhidos, por meio de listas, pelo chefe de outro poder. Em alguns casos sabatinados, em outros não. É assim com ministros do Poder Judiciário e é assim com os chefes do Ministério Público, todos eles, da União aos Estados. O fenômeno da campanha é, pois, comum. E como toda campanha, envolve uma peregrinação, senão ao povo, aos que podem influenciar a decisão tanto do Presidente da República, quanto dos governadores. E sabemos que o jogo é “da pesada”. É um jogo político, afinal. Mas, de uma hora para outra, os “puros de alma política” ficam indignados. Como se diz na gíria: “poupem-nos”! Talvez menos transparente, mas também é assim com os chefes da Defensoria Pública, escolhidos que são, embora por ato direto, dentre os seus membros. E como são escolhidos diretores de empresas e tantas outras escolhas: um mix de competências: técnicas e relacionais. Sem falar nas “emocionais”. Por que reclamar, agora, quando um ministro apenas publiciza uma verdade que todos conhecem? É o método de escolha que está errado? E somente agora ele “virou” errado”? Pois que a crítica seja feita aos Constittuintes e não a quem apenas fez o que todos fazemos. Criticas ao ministro soam mais como hipocrisia da hora. E me pergunto: vencerá a hipocrisia à verdade?