Mundo 2.0 By Paulo Ricardo Colacino e Lício / Share 0 Tweet Em meio ao bombardeio de notícias sobre aquecimento global e destruição progressiva do meio ambiente, fica difícil saber quais sãos os riscos que realmente corremos. Enquanto alguns cientistas falam de aquecimento, outros dizem que estamos prestes a adentrar uma era de glaciação. O certo é que a Terra está mudando, se adaptando e passando por profundas transformações. E quanto a nós? Sejam quais for essas mudanças, frio ou calor, terremotos ou maremotos, muita chuva ou falta dela, o mais importante é nos situarmos em meio a essa transformação. Em conversa com um amigo pela Internet ele me disse algo que eu também já havia ouvido do economista Hugo Penteado, uma das pessoas que tem divulgado os conceitos de Ecoeconomia, escritor do blog Nosso Futuro Comum: "As pessoas tem que entender que o planeta não corre perigo e nunca correu, quem corre perigo somos nós apenas, e algo tem que ser feito por nós e para nós, por que nós é que somos os neo-dinossauros". São palavras simples mas de grandes implicações para nós humanos. Temos a possibilidade de extinguirmos as condições necessárias para a vida na Terra, ou deteriorarmos essas condições em uma tal medida que grande parte da população humana atual, seja reduzida a frações bem menores. Não quero ser (já sendo!) catastrófico. Também não quero emanar qualquer sentimento de pessimismo ou entreguismo. Acredito sim que podemos, no mínimo, nos conscientizarmos dessas mudanças e de nosso papel na luta pela preservação de nosso habitat. Quando os homens derrubaram as primeiras florestas, os animais procuravam abrigo em outro lugar. Haviam outras florestas e matas para sua sobrevivência. Quando os homens derrubaram quase todas as florestas, esses animais partiram para as cidades e fazendas ou morreram. Aos poucos foram abatidos, caçados, domesticados e mantidos em confinamento, os que eram interessante para nossos hábitos alimentares. Nós humanos, não teremos a mesma opção. Países degradados ecologicamente e com necessidades de matéria-prima externa, como é o caso por exemplo da China, não terão o que fazer a não ser buscar recursos em suas cercanias, de forma pacífica ou não. A fome colocada pelos cientistas é uma consequência direta dessas mudanças climáticas. A Terra não passará fome, nós sim, se não repensarmos nossos meios de produção e nossos hábitos alimentares. A mesma água que um boi consome até o abate, alimentaria centenas de pessoas se os mesmos recursos fossem aplicados em culturas como a soja por exemplo. Tarefa para um Mundo 2.0 Cabe a cada um de nós pensarmos em nossa responsabilidade frente aos desafios que estamos enfrentando. Uma atitude ecológica vai muito além de proteger plantas e animais. Vai além de discutirmos emissões de CO2. Uma atitude ecológica demanda pensarmos cada vez mais de maneira ampla, holística, considerando sempre que o maior interessado em qualquer processo de mudança de consciência e ações sobre a Terra, somos nós mesmos. Esse é um tempo de reflexão e ações concretas diante das mudanças que desafiam a nossa espécie.