Recrutamento e Melação

É um termo bem apropriado “recrutamento”, é uma guerra o mercado de trabalho, batalhas diárias, armadilhas, tudo pode ser perigoso para a estabilidade. Existem várias maneiras de escolher um funcionário e a maioria delas é idiota. Em vez da pessoa que vai trabalhar com o selecionado entrevistar pessoalmente os candidatos que passarem pelo crivo da capacitação técnica, delega a responsabilidade à  um setor ou uma outra pessoa.  Na maioria das vezes,  apenas o responsável pela área  que contrata entrevista os dois candidatos que chegam ao final do processo de seleção, como se fosse o único a trabalhar com o novo funcionário.  E para o coitado que chegou até essa etapa do cansativo processo é um campeão só pela participação…

Outra coisa que pode ser bem idiota é o processo em si, dinâmicas de grupo, psicólogos que fazem perguntas cretinas, redações e testes de todo tipo já foram experimentados por mim e me saí muito bem, talvez por não ser muito sincera na maioria.  Ora, quem responde sinceramente perguntas do tipo: ‘o que acha que precisa melhorar em você?’ Ninguém responderia que precisa colocar silicone ou que precisa deixar de ser boca suja. Todos vão manipular essa resposta, todos dirão coisas que o façam parecer mais esperto, mais responsável,  etc.  E muitas vezes perde-se um tempo enorme nessas entrevistas, várias etapas, dias e até semanas até decidirem que “seu perfil é excelente, mas a vaga foi preenchida por indicação interna”.

O ingrediente mais valioso em seu currículo pode ser o tal QI (quem indique) mesmo. As empresas terceirizam o trabalho de contratação e pagam uma quantia razoável para as empresas de recursos humanos torturarem as pessoas interessadas na vaga, para no final contratarem a filha de um amigo do chefe. E talvez essa seja a melhor maneira de se contratar, afinal teste algum revela se vamos gostar de uma pessoa que vai ficar 8 horas por dia dentro de um escritório, apenas o tempo de convivência. Haja networking para ser indicado para os empregos legais e que nos interessam, haja marketing pessoal para ganhar o jogo dos processos seletivos de RH, haja paciência para procurar emprego.  E, pra finalizar, uma observação oportuna para o aspirante a funcionário do mês: trabalho nem sempre significa emprego.

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Lia Drumond