Burrocráticas By Lia Drumond / Share 0 Tweet Ser ético é uma qualidade que muitos se atribuem em qualquer ambiente, inclusive no profissional. Não é preciso ir muito longe para perceber se a afirmação é verdadeira ou apenas demagogia. Ser ético é ser para o próximo tão benevolente quanto espera que lhe sejam ou ser o mais justo possível? O exemplo que mais observamos é o primeiro, raras são as administrações que contemplam a justiça “doa a quem doer” e, talvez, por crescer profissionalmente em ambientes tão favoráveis à falta de ética é que haja tanta revolta enrustida no trabalho. Começando com os relacionamentos ‘interpessoais’, ético é o colega que conta o que outro falou sobre um terceiro ou que sumariamente expõe o caso afirmado pelo primeiro à apreciação dos superiores? Óbvio que ético é não espalhar fofoca, mas quem já teve peito de sabotar um assunto tão interessante quanto, por exemplo, as supostas amantes da diretora de RH supostamente lésbica? Ou de, ao menos, contar para a suposta diretora que ‘fulano de tal’ (e dar o nome) disse exatamente o que disse e sustentar a delação mesmo se tiver de confrontar o fofoqueiro? Quem é fofoqueiro nesse caso? Quem seria mais ético com as pessoas? Fato é que fofoca é o que mais rola e pode sabotar muita gente, não só no ambiente corporativo. No suposto caso acima, ambos seriam considerados fofoqueiros que não prezam pela privacidade alheia e, portanto, não são éticos. Mas um seria apenas o cara que ouviu um fulano dizer que ouviu um boato enquanto o outro seria considerado um tremendo traidor dos colegas que se refestelavam com as piadas do fofoqueiro que espalhava o que não tinha certeza para aplacar o tédio de quem não tem ética. Ser ético, hoje em dia, talvez seja mais fácil se você nada ver, nada ouvir e nada dizer.